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VENDAS DE SOJA E MILHO PERDEM FORÇA

As vendas de produtores de soja e milho do Brasil esfriaram nesta semana, com a queda nas cotações após um câmbio menos favorável e um recuo no mercado referencial de Chicago, disseram agentes do mercado nesta sexta-feira.

“Falta vendedor, demanda tem tranquilo, para agosto, setembro… O produtor não está fixando, aí o comerciante fica fora do mercado”, disse um corretor no Paraná, que trabalha com milho.

A falta de interesse se deu após um período de bons negócios, marcado pelo dólar acima de 4 reais em maio –que torna o produto brasileiro mais competitivo– e por ganhos fortes na bolsa de Chicago, influenciados por um atraso recorde no plantio nos Estados Unidos, os maiores produtores globais das duas commodities.

A soja e o milho fecharam com perdas semanais após subirem nas últimas três semanas, com o mercado citando que os produtores do norte-americanos esperam conseguir alguma janela de tempo seco para realizar o plantio.

Já o dólar fechou em ligeira baixa ante o real nesta sexta-feira, mas caiu mais de 1% no acumulado da semana, a terceira seguida de recuo da moeda norte-americana, reflexo de melhora do apetite por risco no exterior e de clima ainda visto como benigno para a aprovação de reformas no Brasil.

“A desvalorização do dólar frente ao real e o recuo nos preços futuros negociados na CME Group (Bolsa de Chicago) pressionaram as cotações domésticas da soja nesta semana. Esse cenário, atrelado a preocupações com o clima nos Estados Unidos, afastou agentes do mercado”, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em nota.

A soja em Paranaguá (PR) recuou 1,9% entre 30 de maio e 6 de junho, para 81,81 reais/saca de 60 kg na quinta-feira, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa.

Já o milho fechou a 37,38 reais/saca de 60 kg na quinta-feira, recuo de 2,6% frente ao dia 30 de junho, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa, que apura o preço região de Campinas (SP).

“Do lado da oferta, o avanço da colheita nas principais regiões produtoras (do Brasil) eleva a disponibilidade interna e pressiona as cotações. Alguns vendedores, no entanto, aguardam maior definição sobre a safra norte-americana”, disse o Cepea.

Diante do histórico atraso no plantio de milho nos Estados Unidos, “esses vendedores mantêm a expectativa de aumento das exportações brasileiras e, consequentemente, de novas reações nos preços internos”, acrescentou o centro da Esalq/USP.

A queda nos preços domésticos ocorre com o Brasil realizando a colheita de uma safra recorde de milho de cerca de 100 milhões de toneladas, enquanto a produção de soja já colhida foi uma das maiores da história, apesar de problemas climáticos.

Fonte: Notícias Agrícolas



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