Com a tendência de aumento de safra nos principais países produtores de soja, o analista sênior da Consultoria Trigos e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, acredita que o preço praticado atualmente no Estado (início de junho) na faixa de R$ 80/saca deva cair até a próxima safra e é enfático ao aconselhar os agricultores, que com essa margem de lucro de 50%, é um ótimo negócio vender a produção.
“Venda tudo o que tiver e não tiver” – ressalta.
A opinião de Pacheco é embasada na quebra de 21 milhões de toneladas na colheita argentina que ficou em 36 milhões de toneladas nesta última safra. No Brasil ele aposta no aumento de área e os Estados Unidos pela primeira vez plantarão mais soja do que milho.
“No caso da Argentina dificilmente o raio cai duas vezes no mesmo lugar e a safra no país vizinho deve voltar para patamares normais na faixa entre 50 e 60 milhões de toneladas. No Brasil, com essa cotação da soja, certamente o produtor vai querer plantar mais e nos EUA a área de soja aumentou tanto que vai superar a de milho” – analisa o especialista da Trigos e Farinhas.
Os bons preços atuais da soja aceleraram as negociações desta safra no Rio Grande do Sul – até o final de maio cerca de 70% da produção já foram comercializadas. Outro fator determinante para a cotação do grão – o dólar, atingiu alta valorização diante do real por causa das incertezas eleitorais do Brasil. De acordo com Pacheco, na época da colheita da próxima safra, em abril de 2019, fatores de alta da moeda norte-americana já estarão definidos.
“O novo presidente, o ministro da fazenda e a orientação econômica do novo governo já estarão definidos e o dólar deve cair. O dólar só vai subir se um presidente de esquerda ganhar a eleição” – destaca.
Para o analista de mercado, os contratos futuros também na faixa dos R$ 80/saca são bons negócios para o produtor rural.
“Garante este lucro de 50% antes de plantar” – aconselha.