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VENDA DA FAZENDA BOI GORDO

A maior fazenda que pertenceu a empresa Boi Gordo foi vendida em um leilão realizado nesta quinta-feira (9) em São Paulo por R$ 43.392.584,17. O comprador – um grande pecuarista- pediu pra não ter o nome divulgado. A fazenda, que fica no município de Comodoro, a 677 km de Cuiabá em Mato Grosso, era avaliada inicialmente em R$ 62 milhões e o valor do arremate teve um deságio de 30%.

Chamada de “Jóia da Coroa” a “Fazenda 8” possui 8.592,9718 hectares, dos quais 42% foram abertos e cultivados com soja e milho safrinha nos últimos anos. Esta área conta com barracão, armazém, galpão para máquinas, secadores e silo, sede, casa para funcionários, escritório e pista de pouso.

- A falência da Boi Gordo é maior fraude já praticada no mercado mobiliário, num esquema de pirâmide financeira conhecido como esquema Ponzzi, onde os primeiros participantes que entrem ganham alguma coisa e os últimos, que compõem a base da pirâmide perdem tudo – disse o Promotor de Justiça que atua no caso, Eronides Santos, da Promotoria de Justiça de Falência do Ministério Público de São Paulo.

- Foram mais de 30 mil lesados nesse esquema, isso revela o quanto é arriscado investir em negócios milagrosos e que prometem rendimentos incompatíveis com o praticado pelo mercado financeiro. Famílias que perderam suas economias e que estão à espera dessas vendas para recuperar parte desse dinheiro – afirmou.

O promotor disse ainda que o valor da dívida é de R$ 4,2 bilhões e que o total arrecadado até agora é de R$ 470 milhões.

- Já pagamos integralmente os credores trabalhistas – cerca de R$ 75 milhões, mais fazenda pública. -

Em princípio esse leilão era pra ser para 13 fazendas, mas 12 foram retiradas porque têm problemas com invasões.

O caso ‘Boi Gordo’

Criada em 1988, a empresa Fazendas Reunidas Boi Gordo iniciou em 1996 processo de abertura de investimentos em animais. Era um sonho para investidores que receberiam, após 18 meses, o lucro da venda do boi engordado com promessas de 42% de rendimento via certificados de investimentos.

Cerca de 32 mil pessoas que investiram neste modelo identificado como “pirâmide financeira”, que pagava contratos vencidos com recursos de novos investidores. Em 2001, a empresa pediu concordata, uma vez que o dinheiro investido passou a ser direcionado para outros negócios do empresário Paulo Roberto de Andrade, fundador da empresa. Com uma despesa a pagar maior que a receita, a Boi Gordo faliu em 2004. O processo de falência tramita na 1ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo.

Fonte: G1

Foto: Dilvulgação/Sistema Brasileiro do Agronegócio/ MPE/Promotoria de Justiça de Falências



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