O ciclo 2017/18 mal começou e parte do roteiro da temporada anterior volta a se repetir. Com preços abaixo do que os produtores desejam, mais uma vez a comercialização antecipada da soja da safra nova está travada. A única diferença até agora é que o ritmo está ainda mais lento que o constatado em 2016/17. Se no período passado, nessa época, 13% da produção a ser colhida no ano seguinte já estavam vendidos, esse ano esse percentual caiu para 11% (ver gráfico na página seguinte).
Luiz Fernando Gutierrez Roque, consultor da Safras e Mercados, explica que o comportamento atual da commodity é um reflexo do que acontece desde o ano passado nos negócios. “Foi um movimento que passou da safra antiga para a nova. Além das produções elevadas terem segurado as cotações, também tivemos a queda no dólar que fez a composição de preço cair no mercado interno”, aponta.
Roque lembra ainda que a Bolsa de Chicago não deslanchou a ponto de fazer as cotações reagirem de maneira significativa nos últimos meses. “O produtor chegou a vender a safra a níveis recordes [em 2015], acaba que ele fica com aquele número ‘mágico’ na cabeça. Como a saca veio praticamente só perdendo valor, ele foi se retraindo cada vez mais esperando que fosse melhorar. Agora, no fim de 2017, veio novamente uma safra recorde nos EUA e isso impediu melhoras nas cotações”, avalia.
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Fonte: Sistema FAEP