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Vazio Sanitário: prazo para colheita da soja é 15 de maio

No dia 15 de maio, o Paraná dá
início ao combate à ferrugem asiática da soja. Nesta data termina o prazo para
a colheita ou dessecação da oleaginosa, com o objetivo de preparar as áreas de
cultivo para o vazio sanitário, período no qual é proibido semear ou manter
plantas vivas de soja no campo.

A medida visa reduzir a
sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, e evitar a possibilidade de ocorrência
da doença durante a safra. No Paraná, o vazio sanitário acontece no período de 10 de
junho a 10 de setembro, sendo 9 de junho o prazo final para a eliminação de
plantas vivas nas propriedades rurais.

Atualmente, a ferrugem asiática é
considerada a principal doença da soja, devido à rapidez com que se dissemina
nas plantas e seu potencial destrutivo. O clima úmido e temperaturas amenas
favorecem o desenvolvimento do fungo, que se propaga facilmente pelo vento e
pode incidir em qualquer estágio da cultura. Dependendo da intensidade e
severidade da doença, os danos podem causar perdas de produtividade de até 90%.

Por isso, em um período de 90 dias, nenhuma planta de soja deve existir nas lavouras paranaenses. “O fungo causador da ferrugem asiática precisa da planta de soja para sobreviver. Portanto, o vazio sanitário é importante para evitar a disseminação, reduzir sua presença no ambiente e garantir o retardamento dos primeiros focos na próxima safra. A principal forma de controle é o manejo precoce”, destaca Ana Paula, do Sistema FAEP/SENAR-PR.

De acordo com dados do Consórcio
Antiferrugem, a doença possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no
Brasil, incluindo métodos de controle e prejuízos com perdas. O Paraná é um dos
Estados que mais sofrem com a ferrugem asiática no país. No ciclo 2020/21 foram
registradas 100 ocorrências da doença em planta, atrás apenas do Rio Grande do
Sul, com 138.

A pesquisadora da Embrapa Soja,
Claudine Seixas, reforça que o controle da ferrugem asiática começa antes mesmo
do início do vazio sanitário, com a eliminação de plantas que possam servir de
hospedeiro para o fungo. Quanto mais cedo a doença chega nas lavouras, maiores
são as chances de severidade e, consequentemente, de perdas expressivas. “O
vazio sanitário aliado ao monitoramento dos esporos significa adiamento seguro das
aplicações de fungicida. Com essas informações, o produtor vai poder fazer o
controle no momento adequado”, acrescente.

As determinações e prazos estão
previstos na Portaria 342 de 2019, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar), e seu cumprimento é obrigatório. Os produtores rurais que não
cumprirem as recomendações estão sujeitos à aplicação de multas e, em casos
mais graves, interdição da propriedade.

Além do vazio sanitário, as
estratégias de manejo da doença incluem a utilização de cultivares precoces e a
semeadura no início da época recomendada, para que o fungo não ataque plantas
muito jovens e a doença se desenvolva com mais severidade; o uso de cultivares
com genes de resistência e de fungicidas.

Controle

A utilização de coletores de
esporos (estrutura do fungo com alta capacidade de proliferação e que dá início
à doença) tem se consolidado como uma técnica confiável para aperfeiçoar o
manejo da ferrugem asiática nas lavouras. O coletor é um equipamento que
detecta os esporos do fungo e auxilia técnicos e produtores na tomada de
decisão sobre o momento da aplicação de fungicida.

A técnica inibe as chamadas
“pulverizações calendarizadas”, que obedecem a um cronograma previamente
definido, realizadas mesmo sem saber se há presença do fungo na lavoura. As
aplicações desnecessárias acarretam em aumento do custo de produção, além de
reduzir a eficácia dos fungicidas.

“A identificação dos esporos
permite a realização do manejo precoce com uso adequado de fungicidas. E evitar
que os produtos disponíveis no mercado percam eficiência de controle”, afirma
Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do
Sistema FAEP/SENAR-PR.

Há três safras, os sojicultores
paranaenses contam com o serviço Alerta Ferrugem, que monitora a ocorrência dos
primeiros esporos de ferrugem asiática nas lavouras de soja. O Alerta Ferrugem fornece
informações que auxiliam na decisão sobre o melhor momento para a aplicação de
fungicidas – que não seja de forma precoce, que leva ao desperdício de produto,
ou tardia, comprometendo a produtividade. Com isso, o uso de agroquímicos
obedece a critérios estritamente técnicos, levando em consideração três
fatores: lavouras no período de florescimento, presença de esporos na região e
ambiente favorável para o desenvolvimento da doença.

“Os dados são um indicativo de
que o fungo está circulando no ambiente. É um alerta para subsidiar os
agricultores e assistência técnica com relação ao momento em que a doença está
entrando nas lavouras”, explica Edivan José Possamai, coordenador estadual do
Programa Grãos do IDR-Paraná. “A cada três aplicações de um agricultor que não
usa as informações do Alerta Ferrugem, o que usa faz apenas uma aplicação”,
relata.

De acordo com Possamai, a
ferramenta também mostra a importância do vazio sanitário, pois, quanto há
cumprimento correto da medida, a doença aparece mais tardiamente nas lavouras. Na
safra 2020/21, foram registradas 208 confirmações de esporos, de 249 coletores
instalados em propriedades estrategicamente selecionadas nas regiões produtoras
no Estado.

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Fonte: Sistema FAEP



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