A Agência de Defesa Sanitária do Paraná (Adapar) antecipa o início do vazio sanitário no Paraná, de acordo com a portaria nº 202, de 19 de julho de 2017. O vazio sanitário da soja no Paraná será de 10 de junho a 10 de setembro. A portaria vale a partir da sua publicação, portanto já em 2017, o vazio sanitário termina no dia 10 de setembro. Esse ano, excepcionalmente, o Paraná terá 85 dias de vazio sanitário. A partir de 2018, o vazio no Paraná volta a ser de 90 dias.
A mudança foi feita para adequar o período do vazio sanitário ao Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Portaria No16, de 20 de julho de 2017) onde, em diversos municípios do Estado, a semeadura pode ocorrer no segundo decêndio de setembro, ou seja, a partir do dia 11 de setembro.
- Se por um lado os agricultores podem semear a soja mais cedo, o que pode auxiliar no manejo da ferrugem-asiática, por outro lado amplia a janela de semeadura, o que pode dificultar o controle da doença nos municípios onde a semeadura é mais tardia – avalia a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja.
Vazio sanitário – O vazio sanitário, período que varia entre 60 e 90 dias sem soja no campo é uma medida que visa reduzir a sobrevivência do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem-asiática da soja, evitando assim o surgimento precoce da doença na safra.
Desde 2006, o vazio sanitário vem sendo adotado no Brasil. Atualmente a medida está implantada em 11 estados (MT, GO, MS, TO, SP, MG, MA, PR, BA, RO, PA) e no Distrito Federal. A maioria deles adotou o vazio sanitário por 90 dias. No entanto, três deles optaram pelo período de 60 dias: Bahia, Pará e Maranhão. Os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul não adotaram a medida.
- No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, optou-se pelo não estabelecimento do vazio sanitário, por considerarem que as condições climáticas na entressafra não permitem o desenvolvimento da soja – explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja. No entanto, em anos em que o inverno foi menos rigoroso, no site do Consórcio Antiferrugem, houve relatos de soja guaxa infectada com ferrugem no Estado. – Além disso, quando há soja guaxa infectada na entressafra pode ocorrer antecipação da ocorrência da ferrugem na safra subsequente – relata Claudine.
Durante o vazio sanitário é proibido o cultivo da soja no período estabelecido – veja aqui calendário com os períodos de vazio sanitário no Brasil – e também é exigida a eliminação de soja voluntária ou tiguera (plantas originárias dos grãos caídos no solo durante a colheita, transporte).
Fonte: Embrapa