A Associação Brasileira de Angus divulgou na terça-feira (07/11) sua posição sobre o projeto de retirada da vacinação contra febre aftosa. De acordo com a nota oficial, a Angus entende que a suspensão da imunização seria um ótimo caminho se houvesse condições de realizar o processo sem risco ao rebanho bovino brasileiro. Contudo, frente ao atual cenário político e econômico nacional, a associação deixou claro é contrária à iniciativa.
Entre os motivos que a associação alega para se opor à campanha é a crise econômica e falta de recursos públicos para investimentos básicos, como saúde e segurança pública
- Desta forma, é difícil acreditar que haverá suplementação de verba para viabilizar todo o controle necessário para garantir o cumprimento das regras de trânsito de animais conforme determina a legislação em caso de retirada da vacinação. Vigilância que torna-se ainda mais frágil se considerarmos as imensas fronteiras secas existentes entre o Brasil e os demais países do Mercosul – diz a Angus.
Riscos para a pecuária nacional
Segundo a associação, retirar a vacinação nos moldes propostos é correr um risco enorme que não trará grandes vantagens à pecuária nacional.
- O manejo do processo de imunização já faz parte da rotina dos criatórios e sua supressão em muito pouco reduzirá custos. Muito pelo contrário, colocará todo o rebanho sob ameaça sem necessidade – afirma.
Ainda de acordo com o posicionamento oficial, a Angus defende que a vacinação contra febre aftosa não tem impedido que a carne brasileira atinja aos mais diversos mercados nos cinco continentes.
- Atualmente, há uma demanda imensa pela nossa carne premium no exterior que nem mesmo consegue ser atendida pela indústria nacional – diz a diretoria da entidade.
Em caso de ocorrência de um foco da doença, a legislação prevê uso do rifle sanitário e indenização dos animais sacrificados sem, porém, considerar a existência de exemplares de valor zootécnico superior e, consequentemente, sem o respectivo reembolso diferenciado, defende a associação da raça.
- Desta forma, o procedimento poderia ameaçar planteis de valor imensurável para a genética Angus do Brasil, incluindo reprodutores que carregam consigo mais de 100 anos de melhoramento da raça e adaptação ao país – diz.
A Associação Brasileira de Angus ainda defende que a retirada da vacinação, como previsto pelo plano do Ministério da Agricultura, seria feita de forma escalonada e por regiões, o que não é bom para as negociações internas da pecuária nacional.
- Tal processo dificultará a circulação dos bovinos exatamente em um período em que a raça Angus está se disseminando pelo Brasil com trânsito de terneiros e reprodutores. –
Por fim, a entidade diz que está disponível para a discussão do assunto, colaborando para o desenvolvimento da pecuária nacional.
Fonte: SFAgro