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“USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA É DEVER DE TODOS”, AFIRMA CONSULTORA TÉCNICA DA FAEG

 

Goiania / Goiás (03 de Novembro de 2015) - Nos últimos anos, o período da seca e a escassez da água estiveram presentes em diversas regiões do estado. Apesar de sofrerem com os prejuízos e dificuldades que o período apresenta, os produtores de Goiás, que encontram na irrigação a base que precisam para produzir, estiveram no centro das discussões da mídia nos últimos dias. Decorrente disso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (SENAR Goiás), realizaram nesta sexta-feira (30), um debate sobre os problemas de escassez de água em algumas cidades de Goiás e o uso sustentável do recurso pela agropecuária, durante a 10ª edição do programa Sistema FAEG/SENAR Interage.

Para esclarecer os temas que permeiam o uso da água na agricultura, além de expor possíveis soluções de uso do recurso, a inciativa contou com a participação da consultora técnica do Senar Goiás, para área de irrigação, Jordana Sara e do superintendente de recursos hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), Beto de Godóy Neto.

Anápolis

O município de Anápolis tem sido foco de debates nos últimos dias. De acordo com Jordana Sara, a escassez de água na região é recorrente. “Basta entrar o período da seca que os agricultores se deparam com esses gargalos. Isso tem se tornado recorrente”.

De acordo com a legislação, em caso de escassez de água declarado pelo órgão regulador, o uso prioritário do recurso vai para o abastecimento público. Sobre a medida que integra a legislação, a consultora avalia a necessidade de regulamentação e planejamento no encaminhamento em casos de escassez. “Precisamos ter uma resolução que paute a forma de agir perante casos de escassez, racionando o uso entre todos os usuários”, ressaltou Jordana.

Outro aspecto abordado e visto como desnacessário por Sara, foi o tratamento dado aos produtores rurais. “A fiscalização não pode ser abusiva e tratar o produtor rural como marginal, ela deve ser sempre educativa, para instruir o produtor da forma correta e legal de fazer o uso do recurso”, enfatizou.

Para o superintendente da Secima, Beto de Godóy Neto, a situação exigiu uma ação enérgica, o que não justifica o abuso de poder por parte de alguns fiscais. “Realmente acreditamos que não pode haver excessos. O produtor não deve ser tratado como um meliante ou alguém que esteja “roubando” água, na verdade nós entendemos que o produtor necessita tanto quanto qualquer pessoa da zona urbana”, explica. Ainda sobre a abordagem da fiscalização da Secima, que tem autorização para lacrar usos irregulares, o superintende orienta. “Qualquer produtor que tenha sido ofendido de alguma forma pode procurar as autoridades competentes e também a própria Secima, que estaremos à disposição”, explicou Bento.

De igual para igual

Para Jordana Sara, é necessário que todos entendam que o uso da água deve ser sustentável para todos, não abrangendo apenas a irrigação. “Quantas vezes vemos pessoas lavando as calçadas, enchendo suas piscinas, em tempos de seca? Isso é recorrente, por isso afirmar que a escassez é ocasionada pela irrigação na agricultura é errôneo. Precisamos entender que o produtor rural que esteja legalmente munido tem o direito de uso equiparado aos outros usos e que o uso sustentável do recurso é uma prática cabível a todos”, salientou.

“Lavar a alma”, mas não os gargalos

“Não podemos deixar que a memória da seca passada seja apagada pelas chuvas de agora”. A frase enfática foi utilizada pelo superintendente para reafirmar a necessidade do diálogo constante. “Todos os elos da cadeia produtiva devem estar atentos a esses gargalos e mais que isso, entender que tentar encontrar culpados não é a melhor alternativa, mas sim, investir em ações públicas que possam auxiliar tanto produtores quanto usuários urbanos”, afirmou Bento.

Proteção de Nascentes

Entendendo a necessidade de proteger o bem mais precioso que temos, o SENAR Goiás, lançou o programa Proteção de Nascentes, que tem como objetivo recuperar e protejer matas e nascentes, focando no reflorestamento com mudas nativas.

O programa é visto com bons olhos por órgãos como a Secima. “Somos parceiros do Senar nesse projeto e entendemos que ele é de suma importância para o meio ambiente. São inciativas assim que impulsionam melhorias no meio ambiente”, afirmou o superintendente.


Consultores técnicos da Faeg relizaram análises de mercado do milho, soja, boi gordo e cana-de-açúcar

Análises de Mercado

Além de debater os gargalos que permeiam a irrigação em Goiás, foram realizadas, durante a 10ª edição do programa Sistema FAEG/SENAR Interage, as análises de mercado do milho, soja, boi gordo e cana-de-açúcar. Sobre a cultura da soja, o consultor técnico SENAR Goiás, Cristiano Palavro, confirmou melhora no ritmo da colheita. “Foi possível identificar uma melhora histórica de ritmo para a cultura, acima do ano passado, de 68% e também acima da média dos últimos 5 anos, com uma melhora girando em torno de 80%”, explicou Palavro.

Boi Gordo

Sobre o mercado do Boi Gordo, Christiane Rossi, consultora técnica da FAEG, para área de pecuária de corte, destacou as exportações da produção no mês de outubro. “Sobre as exportações, tivemos resultados positivos para esta quarta semana do mês, quando comparado ao mesmo intervalo de tempo do mês passado”, ressaltou Rossi.

Ainda de acordo com Christiane a tendência é de preços firmes já que estamos iniciando um novo mês. Outro aspecto importante ressaltado pela consultora foi o início do período de vacinação contra a aftosa. Segundo ela, é necessário que o produtor fique atento sobre os gargalos que permeiam a prática da vacinação. “Com o período de vacinação o produtor deve estar atento à forma correta de prevenir seu gado”, orientou.

Cana-de-açúcar

Já para o mercado da cana-de-açúcar em Goiás, a safra é vista com bons olhos e expectativas. “A safra no estado vai bem, com a prosperidade um pouco melhor apesar das chuvas intensas do primeiro para o segundo semestre”, explicou o assessor técnico da Federação, Alexandro Alves.

Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás – FAEG
Foto: Larissa Melo
Texto: Laryssa Carvalho
http://sistemafaeg.com.br/

Fonte: Canal do Produtor



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