As máquinas mudaram o cenário dos canaviais nos últimos anos. Em Avanhandava (SP), visitamos uma usina em que a mecanização começou pra valer há 12 anos. Foi quando o setor bioenergético assinou um protocolo ambiental para colocar fim à queimada da cana.
A Única (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) diz que 98% da colheita na região Centro-Sul do Brasil é feita por máquinas.
O gerente agrícola Lucas Kellner conta que a colheita mecanizada deixa um ‘colchão’ de palha no chão, o que ajuda a controlar as plantas daninhas. Outra vantagem é a retenção de umidade.
Nos 25 mil hectares da usina onde Lucas Kellner trabalha, só a colheita é mecanizada. Já o plantio não depende mais de máquinas. Ele explica que o trabalho manual reduz falhas no cultivo, além da necessidade de usar menos mudas. A cana que sobra é levada para moagem na indústria.
Já nas terras pertencentes a uma usina do município de Santo Antônio do Aracanguá, também no Noroeste Paulista, as máquinas são usadas no plantio, mas perderam espaço nas últimas safras. Isso porque o plantio manual vem sendo retomado.
A usina tem 12 mil hectares destinados à plantação de cana-de-açúcar e, em metade deles, o plantio tem sido feito manualmente. No início, cerca de 40 anos atrás, o plantio era só dessa forma. Com o avanço da tecnologia, o cultivo ficou totalmente mecanizado. Há dois anos, a usina optou por equilibrar os dois tipos de plantio num esforço para aumentar a produtividade.
Tiago Dossi, gestor da área de formação da lavoura, fala que são usadas 10 toneladas de mudas por hectare no plantio manual. No mecanizado, são 14 toneladas. Outra diferença é a possibilidade de trabalhar em áreas com relevo mais acidentado.
A volta do plantio manual também trouxe emprego para 200 pessoas. A maioria estava desempregada e contando com empregos temporários para garantir o sustento da família.
Fonte: G1