As usinas da região Centro-Sul encerraram a safra 2018/19 com a moagem de 573,07 milhões de toneladas, indicando uma queda de 3,90% sobre as 596,33 milhões de toneladas que foram processadas no ciclo 2017/2018. Os dados foram divulgados hoje (09), pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA).
Segundo o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “a queda na moagem ficou aquém do esperado pelo mercado após mais de 100 dias de clima seco observados a partir do final de março de 2018”.
A reversão ocorreu porque as chuvas antecipadas na primavera reduziram a quebra de produtividade agrícola esperada para o último terço da safra, garantindo maior disponibilidade de matéria-prima, acrescentou o executivo.
Entre os estados que compõem a região, a maior queda no processamento foi observada em São Paulo, que registrou recuo de 6,68% (333,29 milhões de toneladas na safra 2018/2019, ante 357,14 milhões no ciclo passado).
“A retração da oferta paulista se deve à menor produtividade agrícola, com queda de 3,84% e rendimento de 73,40 toneladas de cana por hectare, e à redução na área de colheita, estimada em cerca de 140 mil hectares”, explicou Rodrigues.
Oferta de ATR cresce
No acumulado da safra 2018/2019, o teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) alcançou 137,87 kg por tonelada de matéria-prima, o maior índice desde o ciclo 2010/2011. No comparativo com o resultado apurado para 2017/2018 (136,59 kg por tonelada de cana-de-açúcar), houve um aumento de 0,94%.
Esse aumento na concentração de açúcares por tonelada foi fundamental para compensar a retração na quantidade de cana-de-açúcar processada na safra 2018/2019. Assim, apesar da queda de 3,91% na moagem, a produção total de ATR na safra diminuiu apenas 3,01%.
Em relação aos dados de produtividade agrícola, informações levantadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que o rendimento da lavoura colhida atingiu 73,34 toneladas por hectare na safra 2018/2019, redução de 3,31% frente às 75,85 toneladas por hectare observadas em 2017/2018.
Produção e moagem na 2ª quinzena de março de 2019
Na 2ª metade de março de 2019, a moagem na região Centro-Sul alcançou 7,02 milhões de toneladas, com 137,33 mil toneladas de açúcar fabricados. Já a produção etanol totalizou 380,40 milhões de litros, sendo 38,62 milhões de litros de etanol anidro e 341,78 milhões de litros de etanol hidratado.
O volume de etanol hidratado reprocessado (etanol anidro reprocessado e convertido em etanol hidratado) atingiu 24,5 milhões de litros, enquanto a produção de etanol de milho somou 46,38 milhões de litros.
Sobre o número de unidades em safra, 81 plantas registraram produção na região Centro-Sul até 31 de março de 2019, sendo 73 unidades com processamento de cana-de-açúcar e 8 plantas produzindo etanol de milho. Esse número é praticamente idêntico aquele observado na mesma data de 2018 (82 empresas). Até o final da primeira quinzena de abril deste ano, o número de unidades em operação deve atingir 176 empresas.
“As chuvas observadas nas últimas semanas comprometeram a operacionalização da colheita, mas devem permitir um melhor desenvolvimento do canavial que será colhido nos dois terços finais de safra”, acrescentou Rodrigues.
Vendas de etanol
No agregado da safra 2018/2019, as vendas de etanol totalizaram 31,08 bilhões de litros, alta de 17,53% quando comparada aos 26,44 bilhões de litros comercializados no ciclo 2017/2018. Desse volume, 1,63 bilhão de litros foram direcionados à exportação e 29,44 bilhões de litros ao mercado interno.
Com isso, a balança comercial de etanol na safra 2018/2019 apresentou exportação líquida de 287 milhões de litros com um saldo positivo na geração de divisas de US$ 304 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado se destacaram, somando 20,90 bilhões de litros, com aumento de 34,84% sobre àquele apurado no ciclo 2017/2018 (15,49 bilhões de litros). As vendas de etanol anidro, em sentido contrário, diminuíram 9,48%: 8,54 bilhões de litros na safra 2018/2019 contra 9,43 bilhões de litros no ciclo anterior.
Fonte: DATAGRO