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UNIÃO EUROPÉIA PODE FACILITAR EXPORTAÇÃO DE MEL

O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia que prevê a proteção e a compra exclusivamente de 36 produtos brasileiros com indicação de procedência ou denominação de origem deve acelerar o processo de liberação para a exportação do mel produzido no oeste do Paraná.

A expectativa é da Coofamel, cooperativa fundada em 2006 e que atualmente conta com 279 associados em mais de 50 municípios do oeste e sudoeste do estado localizados na bacia hidrográfica do Rio Paraná 3.

“O acordo entre o Mercosul e a União Europeia vem para tornar os caminhos da comercialização com outros países mais fáceis. O intuito do governo é diminuir a burocracia para que pequenas e médias agroindústrias possam comercializar seus produtos fora do país também”, observa a veterinária da cooperativa, Fernanda Boschetti.

A Coofamel tem a indicação de procedência para o mel da Apis mellifera, popularmente conhecida como a abelha africana com ferrão, e da Tetragonisca angustula, que produz o chamado mel de abelha jataí, desde setembro de 2017. O selo atesta onde o produto foi produzido e as características próprias.

“Com a conquista da indicação geográfica foi possível proteger a marca ‘Oeste do Paraná’. Esse reconhecimento e a valorização da região agregaram valor ao mel produzido aqui”, aponta.

As mais de 200 toneladas de mel in natura e de derivados como o própolis, a cera e o pólen são vendidas em todo o país e garantem um faturamento anual de cerca de R$ 2,5 milhões à cooperativa.

Um dos atrativos para a exportação é a demanda. De acordo com o Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, de janeiro a julho o Paraná exportou 3,8 mil toneladas de mel e desde 2012 têm se revezado com o Rio Grande do Sul no topo da lista de maiores produtores de mel do país.

Apesar da boa procura pelo mel brasileiro, para o presidente da Coofamel, Wagner Graziero, nos últimos dois anos o mercado interno tem se mostrado mais vantajoso por causa da forte concorrência dos produtos chineses, uruguaios e argentinos, que ganharam espaço principalmente nos Estados Unidos e no Canadá.

Ele estima que os investimentos que vêm sendo feitos para a adequação dos associados às vendas no mercado externo não devem dar retorno imediato, mas em três a quatro anos.

“De qualquer forma, tudo isso é importante para nós, dá uma visibilidade muito boa para a região e uma perspectiva muito melhor de mercado para a cooperativa dentro e fora do país”, destaca.

Diferencial
As características do Mel do Oeste do Paraná – diferente dos outros tipos pelo saber e pela cor, mais clara – são resultado da área onde as abelhas vivem com a vegetação e o clima típicos das reservas às margens do Lago de Itaipu, do Parque Nacional de Ilha Grande e do Parque Nacional do Iguaçu.

“A gente sabe que o nosso mel é diferente, mas não tem como provar isso apenas falando para as pessoas, precisamos de um amparo legal, e é esse o papel do selo de procedência e por isso fomos buscá-lo”, lembra o produtor Antônio Augusto Borges, de Terra Roxa.

O acordo
O acordo reconhece a indicação geográfica dos produtos tipicamente brasileiros e garante que não sejam reproduzidos em outros países, ficando protegidos de imitações.

O mesmo valerá para produtos europeus também com selo de procedência, como o vinho da região de Champagne, na França, e para produtos de países vizinhos, como a uva chilena.

No Paraná, também estão nesta lista o café do Norte Pioneiro, a goiaba de Carlópolis, a uva de Marialva, o café da região de Pinhal e a erva-mate de São Mateus do Sul.

Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o pacto entrar em vigor o texto do acordo deve passar por revisões e precisa ser aprovado por todos os 32 países envolvidos.

Ao todo, serão protegidos 220 produtos do Mercosul e 355 indicações geográficas europeias.

Fonte: G1



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