A União Europeia (UE) e o Mercosul trocaram ofertas tarifárias nesta quarta-feira (11) para negociar um acordo de livre-comércio, do qual foram excluídos alguns produtos sensíveis para o bloque europeu.
"Intercâmbio de ofertas hoje entre a UE e o Mercosul. Primeiro passo para retomar nossas negociações comerciais. Importante economicamente, politicamente e culturalmente", escreveu em um tuíte a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmstrom.
Em comunicado conjunto, UE e Mercosul afirmaram que a troca de ofertas é um processo necessário para que o acordo avance. "Ambos os lados agora vão examinar as propostas em mais detalhes", diz o texto.
Os negociadores chefes da UE e Mercosul farão uma reunião nos próximos meses, para preparar um calendário de negociações para o segundo semestre do ano.
"Os dois lados permanecem totalmente comprometidos com essa negociação, em vista dos importantes ganhos econômicos e políticos esperados para os dois lados".
Esta troca de ofertas já estava prevista. No mês passado, a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, afirmou, que a troca de ofertas deveria ocorrer até a segunda semana de maio. "Finalmente destravou", disse a secretária na ocasião. Ela avaliou que há um consenso no governo, na indústria e em todo o setor privado em relação às negociações com o bloco europeu.
O setor agrícola europeu, no entanto, se mobiliza contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Instituições, como a central dos produtores agrícolas da União Europeia, Copa-Cogeca, divulgaram notas recentes repudiando a aproximação entre os blocos, sob a alegação de que o acordo oferece risco aos produtores europeus.
Em nota, o presidente da Copa-Cogeca, Thomas Magnusson, afirma que um acordo de livre comércio com o Mercosul teria um impacto "catastrófico" para o setor agrícola da União Europeia, especialmente para o de carne bovina. Segundo ele, o setor agropecuário europeu pode perder até € 7 bilhões, sendo que o Mercosul já é o principal exportador de commodities agrícolas para o continente, fornecendo 86% das importações de carne bovina e 70% das de aves.
Fonte: G1
Fonte: Canal do Produtor