A seca na Paraíba torna cada vez mais difícil a captação de água nos açudes. Sem ter como produzir coco, muitos agricultores do alto sertão abandonam a terra ou mudam de profissão.
Francisco Ramiro era agricultor. Ele plantava coco no município de Sousa, no sertão da Paraíba. A seca destruiu as plantações e o obrigou a mudar de ramo. Nessa época, é mais rentável vender água.
- Pego no cacimbão do vizinho. Paga para encher e distribuir nas casas R$ 15,00 mil litros – diz.
O agricultor Antônio Gonçalves fez até empréstimo para salvar os pés de coco, mas perdeu tudo.
- Sou devedor. Além do capital que investi, que tinha pouco tempo atrás, arriscando para ver se salvava e não deu – lamenta.
Há quatro anos, no tempo de fartura, eram 2,2 mil hectares de plantação e 120 toneladas saiam por dia da região para vários estados do país. Hoje, a produção não chega a 50 hectares e é preciso muito esforço para conseguir tirar seis toneladas por mês. Houve 95% de queda.
Sousa está entre as 170 cidades paraibanas em situação de emergência por causa da estiagem. Este ano, a seca está pior porque é o quarto ano segu
A seca na Paraíba torna cada vez mais difícil a captação de água nos açudes. Sem ter como produzir coco, muitos agricultores do alto sertão abandonam a terra ou mudam de profissão.
Francisco Ramiro era agricultor. Ele plantava coco no município de Sousa, no sertão da Paraíba. A seca destruiu as plantações e o obrigou a mudar de ramo. Nessa época, é mais rentável vender água.
- Pego no cacimbão do vizinho. Paga para encher e distribuir nas casas R$ 15,00 mil litros – diz.
O agricultor Antônio Gonçalves fez até empréstimo para salvar os pés de coco, mas perdeu tudo.
- Sou devedor. Além do capital que investi, que tinha pouco tempo atrás, arriscando para ver se salvava e não deu – lamenta.
Há quatro anos, no tempo de fartura, eram 2,2 mil hectares de plantação e 120 toneladas saiam por dia da região para vários estados do país. Hoje, a produção não chega a 50 hectares e é preciso muito esforço para conseguir tirar seis toneladas por mês. Houve 95% de queda.
Sousa está entre as 170 cidades paraibanas em situação de emergência por causa da estiagem. Este ano, a seca está pior porque é o quarto ano seguido com chuvas abaixo da média. O período chuvoso deve demorar mais de um mês para começar.
O açude São Gonçalo, principal da região, está com 3,3% da capacidade total. Os moradores de Sousa estão acostumados a pegar água em cisternas comunitárias que são abastecidas por carro-pipa. Quatro mil pessoas perderam a principal renda da família e muitos moradores estão deixando o município. Alguns ex-produtores de coco estão desempregados e outros vivem da venda de água.
Há 54 açudes na Paraíba em situação crítica, ou seja, com menos de 5% da capacidade.
Fonte: Globo Rural