A colheita do trigo no Rio Grande do Sul está praticamente concluída, restando algumas áreas na região serrana. A área implantada com o cereal nesta safra é de 757.320 hectares. A produtividade média de 2.955 quilos de trigo por hectare sinaliza uma produção de 2,2 milhões de toneladas, consolidando-se entre as cinco maiores safras da história da produção gaúcha em volume produzido. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (28/11), em convênio com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na regional de Ijuí, houve diminuição da área implantada com trigo em relação ao estimado inicialmente, reduzindo para pouco mais de 219 mil hectares, 29% do total do Estado. A produtividade alcançada, próxima de 51 sacas por hectare, também está um pouco abaixo da esperada inicialmente e a qualidade do produto colhido foi prejudicada pelas chuvas em excesso na fase de maturação. A maior parte do trigo obteve PH entre 74 e 78, impactando na redução do preço final da cultura.
A colheita da cevada também está em fase final no RS, restando 2% por colher nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Bagé, Pelotas e Santa Maria. Atualmente, 100% das lavouras estão em maturação, e os produtores gaúchos aguardam o ponto ideal de colheita dos grãos. A produtividade média alcançada nas últimas áreas colhidas foi de 2.200 quilos de cevada por hectare.
CULTURAS DE VERÃO
Soja – O plantio da soja foi intensificado e atinge 72% da intenção de plantio de 5.978.967 hectares para a safra do RS. Das áreas das lavouras, 100% se encontram em germinação e desenvolvimento vegetativo.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, o plantio da soja chegou em 85%, favorecido pelo predomínio de sol, altas temperaturas e ocorrência de chuvas de baixos volumes e em pequenas extensões nas principais regiões produtoras do Estado. As lavouras plantadas apresentam boa germinação, bom estande de plantas e bom aspecto geral. Entretanto, produtores estão preocupados com as altas temperaturas que vêm ocorrendo, que pode provocar o tombamento das plântulas novas, tendo em vista que a grande maioria está na fase inicial de desenvolvimento vegetativo. As lavouras implantadas mais cedo apresentam-se com bom aspecto.
Milho – A semeadura chega a 86% da área estimada para esta safra, que é de 771.578 ha. O tempo firme possibilitou condições de umidade adequadas para o manejo de preparo do solo, plantio e também para a germinação das sementes. Das lavouras, 58% estão em desenvolvimento vegetativo, 22% em floração e 20% em enchimento dos grãos.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a semeadura de milho ainda está sendo realizada em pequenas áreas e se estenderá até início de janeiro. As áreas mais expressivas de milho na região já estão plantadas. Das lavouras, 96% se encontram na fase de desenvolvimento vegetativo e 4% em florescimento. No geral, apresentam plantas bem nutridas e sadias.
Milho silagem – Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 28% das lavouras implantadas para fins de silagem encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 38% em floração e 34% em enchimento de grãos. Em geral, as lavouras foram beneficiadas com as precipitações ocorridas no período.
Arroz – O plantio da cultura no RS alcançou no período 84% da área de 944.549 hectares prevista para o Estado. O tempo favorável permitiu aos produtores avanços no plantio em todas as regiões. As lavouras estão 100% na fase de desenvolvimento vegetativo.
Feijão 1ª safra – A implantação da cultura no RS alcançou 88%, e 49% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 21% em floração, 21% em enchimento de grãos e 9% estão em maturação. Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, as lavouras têm se mantido com bom estande. Os produtores dão continuidade aos tratos culturais de controle de invasoras e de adubação de cobertura (aplicação de nitrogênio).
OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS
Alho – Na região Nordeste do Estado, segue a colheita das variedades precoces. Ainda há problemas de superbrotamento. Produtores dão seguimento ao monitoramento de pragas e doenças, aos tratamentos fitossanitários e usam irrigação devido à falta de chuvas. Já na regional de Caxias do Sul, a colheita foi intensificada. A grande maioria das lavouras apresenta boa sanidade, bulbo de bom calibre (diâmetro) e com firmeza (enchimento) satisfatória. Os bulbos saem das lavouras e são armazenados nos galpões para a complementação da cura, etapa indispensável para a conservação e consumo do alho.
Cebola – Na região Sul, segue a colheita, atingindo 15% do total de 2,7 mil hectares. Como o produto colhido apresenta pouca casca, não pode ser armazenado para comercialização futura, fazendo reduzirem os preços de comercialização, pois a cebola tem que ser comercializada imediatamente após ter sido colhida. Cebolas precoces estão com produtividade de 35 toneladas por hectare; demais variedades devem colher de 20 a 29 toneladas por hectare. Produtores intensificaram os tratamentos fitossanitários. O preço pago ao produtor para o tipo 3 reduziu para R$ 1,00/kg, com diâmetro entre 55 e 75 mm.
Pequenas Frutas (amora preta, framboesa e mirtilo) – Na regional de Caxias do Sul, iniciou a colheita dessas frutas, espécies mais cultivadas nos Campos de Cima da Serra, em especial em Vacaria, Monte Alegre dos Campos e Campestre da Serra. Frutos apresentam boa coloração, calibre e sanidade.
A produtividade média da amora preta deve ficar entre 12 e 15 toneladas por hectare; alguns pomares devem superar 20 toneladas. A produtividade média da framboesa deve ficar em seis toneladas por hectare, e alguns pomares devem atingir dez toneladas por hectare. Está em final de colheita a área de mirtileiro precoce, do grupo Southern Higbush; apresentou produtividade média inferior ao normal, de seis toneladas por hectare. As cultivares do grupo de média exigência em frio (Rabbiteye) estão em crescimento de frutos; as cultivares de alto requerimento de frio estão em final de floração e crescimento de frutos, com brotação desuniforme. De maneira geral, a safra deve ser menor do que a do ano anterior.
Pêssego – Na região de Passo Fundo, produtores realizam a colheita, cujo pico deve se dar entre final de novembro até a primeira quinzena de dezembro. Segue o trabalho de monitoramento e as aplicações de iscas para mosca-das-frutas. Na região Sul, a colheita foi intensificada, chegando a 18% da safra, incluindo colheita para a indústria. As agroindústrias de pêssegos em calda iniciaram suas atividades, operando apenas nos dias de semana. Os pomares apresentam frutificação desuniforme, com queda na produção em razão do clima úmido, ocasionando podridão parda. A produção deve ficar entre 35 e 37 milhões de quilos.
Noz Pecã – Na regional de Erechim, são cultivados 93 hectares da cultura. Está em fase de floração, com boa expectativa para o próximo ano. O preço da produção da última safra é de R$ 14,00/kg em casca.
PASTAGENS E CRIAÇÕES
Durante a semana, o clima favoreceu, de uma forma geral, o desenvolvimento das pastagens nativas e de verão. Na maior parte do território gaúcho, os campos nativos apresentam uma boa produção de massa verde, tanto em quantidade quanto em qualidade.
Ovinocultura – Os rebanhos ovinos encontram-se em bom estado físico, com bom desenvolvimento e ganho de peso. As condições sanitárias são satisfatórias. No entanto, a ocorrência conjunta de temperaturas mais altas e umidade aumenta a exigência de um bom controle de verminoses e ectoparasitos, como sarnas, piolhos e miíases (bicheiras), bem como de afecções dos cascos, principalmente nas áreas mais baixas e úmidas. A temporada de esquila ainda está em andamento e se reflete na movimentação do mercado da lã.
Pesca artesanal – Na região de Pelotas, a elevação do nível de água da lagoa dos Patos continua gerando expectativas de uma safra de camarão com baixa produção no próximo verão.
Fonte: Emater