A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Climate Bonds Initiative (CBI) realizaram nesta última terça-feira (21) o segundo encontro do Grupo de Trabalho para discutir prioridades de financiamento e oportunidades com os títulos verdes (green bonds) para o agro.
A CBI é uma organização global sem fins lucrativos, com sede em Londres, que apoia e fomenta o desenvolvimento de mercados de capitas de longo prazo por meio de instrumentos financeiros verdes (green bonds). Atua no Brasil desde 2015. A CBI faz a interlocução entre potenciais investidores (principalmente fundos de investimento) e demandantes de crédito em diversos setores.
O encontro teve a participação do subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri, Subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, e de Lívia Oliveira, da Coordenação Geral de Sistemas Financeiros do Ministério.
Recentemente, o Ministério divulgou algumas ações para o mercado de títulos, como a publicação em abril do Boletim de Finanças Verdes no Brasil. E a iniciativa de debater a maior participação dos títulos verdes no segmento vai ao encontro das ações que a CNA está desenvolvendo em busca de fontes alternativas de crédito rural para a agropecuária.
“O setor é alto demandante de crédito, em função da defasagem entre dispêndios e receitas e o modelo de financiamento precisa se modernizar para acompanhar o crescimento da agropecuária brasileira”, ressaltou a assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes.
O mercado internacional tem apresentado apetite por títulos verdes das áreas de energia, agricultura e infraestrutura. As oportunidades do mercado global de títulos verdes (green bonds) é estimado em US$ 100 trilhões. No Brasil, a CBI tem discutido em conjunto com a CNA e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) uma série de propostas para o agro.
Neste ano, o presidente da CNA, João Martins, e a diretora de Desenvolvimento de Mercados da CBI, Justine Leigh-Bell, discutiram o tema com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. As duas entidades também promoveram debates em seminários sobre o mercado de títulos verdes e a geração de energias no agro.
O objetivo do grupo formado por CNA e CBI é trabalhar na disseminação de informações sobre finanças verdes, principalmente para projetos sustentáveis, além de identificar oportunidades para os green bonds no agro.
A CNA também faz parte do Subcomitê do Agro da CBI, que reúne lideranças do setor com intuito de implementar projetos-piloto para estimular a estruturação desse mercado no Brasil. A representante da Confederação neste subcomitê é a assessora do Núcleo Econômico, Gabriela Coser.
O primeiro encontro de 2018 foi realizado em abril, quando a CNA apresentou suas ações para gerar informação sobre o setor e para aumentar o interesse de investidores em projetos do agro. Em junho, no próximo encontro do Subcomitê, a CNA irá apresentar as propostas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) entregues ao Governo.
A expectativa é de que em janeiro de 2020 deva estar pronta uma primeira versão dos critérios da Climate Bonds Initiative para certificação de projetos do agro. A proposta passará por consulta pública para validação desses requisitos, que são baseados em dois princípios: mitigação e adaptação para apoiar inciativas que promovam a economia de baixa emissão de carbono.