Cientistas de 18 países estiveram na cidade de Harbin, na China, entre 10 e 12 de setembro, para promover o uso e manejo sustentáveis de solos pretos e identificar lacunas de pesquisa nas nações que possuem esse tipo de terra.
“Procuramos debater e consolidar as informações disponíveis na nota conceitual e no marco da Rede Internacional de Solos Pretos (INBS, da sigla em inglês), e fortalecer a cooperação futura entre os membros da Rede visando o desenvolvimento sustentável de solos pretos”, diz o pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Ademir Fontana, que representou o Brasil.
Simpósio Internacional de Solos Pretos
Nos dois primeiros dias, houve apresentações dos representantes dos 18 países sobre a situação dos solos pretos para uma plateia de aproximadamente 400 pessoas.
“Na minha demonstração falei sobre a distribuição e composição dos solos pretos no Brasil, e os desafios que enfrentamos: manejo, recuperação, mudança do uso da terra etc.”, conta Ademir.
Visita de campo
Também fez parte do Simpósio uma visita ao centro de pesquisa Zona Moderna de Demonstração Agrícola, onde acontecem experimentos de longo prazo em diversos cereais e grãos (arroz, milho, soja, sorgo), pastagens e cobertura vegetal (alfafa, trevo, aveia) e frutas e hortaliças.
Esta região, do estado de Heilongjiang (nordeste da China) representa um dos principais polos agrícolas do país, com componentes de chernossolos e vertissolos, de acordo com a classificação brasileira.
Definição de solo preto
No último dia aconteceu mesa redonda, que definiu as características da terra preta, como tendo alto teor de carbono orgânico: ≥ 6 g kg-1 para as regiões tropical e subtropical; cor escura à preta, espessura ≥ 25 cm. Como características complementares foram destacadas: saturação de bases ≥ 50%; alta estabilidade dos agregados e altos teores de nutrientes.
Como resultado do Workshop, foi aprovada a Declaração de Harbin, destacando as sete prioridades no tema solo preto.
O evento foi organizado pela Rede Internacional de Solos Pretos e pela Parceria Global pelo Solo da FAO, em colaboração com o Ministério da Agricultura da China e o governo da província de Heilongjiang. O próximo encontro acontecerá na Moldávia, em 2019.
Fonte: Embrapa