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TERRAS MAIS CARAS

As terras agrícolas da região de Campo Mourão, sobre tudo na faixa roxa, valorizaram este ano em média 4% comparado a 2014. É o que aponta levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Os valores médios da região são resultados de pesquisa de campo. Foram ouvidos proprietários rurais, cooperativas e corretores de imóveis. Algumas propriedades podem valer mais do que o valor médio apontado na pesquisa, dependendo de sua localização, benfeitorias existentes, e qualidade da terra.

Segundo o Deral, as terras na Comcam estão entre as mais valorizadas do Estado. O hectare mais caro na região está em Ubiratã, R$ 49 mil, já o mais barato é de Altamira do Paraná, R$ 35 mil. Confira abaixo tabela completa com os valores. Em Campo Mourão, o hectare de terra roxa mecanizada este ano está cotado a R$ 46,3 mil contra R$ 45,5 mil em 2014, uma valorização de 2%, bem abaixo do que ocorreu em 2012, que foi de 47%.

Na Comcam, Altamira do Paraná, apesar de ter o preço mais baixo por hectare foi o que teve a maior valorização de 2014 para 2015: 29%. O aumento pode estar ligado principalmente a pouca oferta de terras, conforme o Deral, já que o município possui apenas uma área de cerca de 1,5 mil hectares para plantio de soja.

O corretor e perito avaliador de imóveis de Campo Mourão, Alexandro Frederico Kuneze, sócio proprietário da Tapowiki Imóveis, explicou que os valores das terras agrícolas são definidos considerando principalmente a capacidade de produção e valor do dólar. Ou seja, quanto mais produtiva e maior o valor da moeda norte americana, mais caras são as propriedades.

Sobre a valorização menor este ano comparado a 2012, quando as terras tiveram uma elevação no preço chegando até 89% em alguns municípios, ele explica que houve naquele ano um período de “empolgação” devido ao valor da saca de soja mais expressivo, o que gerou uma “inflação momentânea”. Já a discrepância de valores por município pode estar ligada a diversos fatores como qualidade da terra, logística, entre outros.

- Há um valor padrão por hectare, mas existem aqueles que têm o que chamamos de “plus”, que são os diferenciais que pode agregar valor à área – explicou.

O perito acrescentou que o produtor recupera em até 10 anos o valor pago no alqueire de terra (24,2 mil metros), hoje em torno de 1,2 mil (R$ 75 mil) a 1,4 mil (R$ 88,2mil) sacas de soja. Em Campo Mourão existem áreas que o alqueire é cotado até 10 mil sacas, informou Kuneze, chegando a quase R$ 6 milhões.

O economista do Deral de Campo Mourão, Anderson Roberto dos Santos, aponta que outro fator que pode estar contribuindo para os valores altos de terras na Comcam é também a baixa oferta. Segundo ele, há poucas áreas produtivas mecanizadas para serem comercializadas. “Por isso atinge preços altíssimos”, explicou. Conforme Santos, atualmente apenas produtores rurais mais “fortes” estão tendo condições de agregar novas áreas. “Os grandes estão incorporando os pequenos”, ressaltou.

Ainda de acordo com o levantamento que o Deral realiza há 15 anos por meio de sua Divisão de Estatística Básica em todas as regiões do Paraná, as terras sofreram uma forte valorização, no período de 1998 a 2004. A partir daí, houve uma queda, por causa de problemas que atingiram a agricultura brasileira. Confira os preços médios por cidade na edição impressa desta quinta-feira.

Fonte: iTribuna – Jornal Tribuna do Interior



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