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TERRAS INDÍGENAS

O Palácio do Planalto negou que tenha se comprometido com a bancada ruralista a editar uma medida provisória, já na próxima semana, para liberar o arrendamento de terras indígenas para o agronegócio.

- Não é verdade que o governo esteja preparando a publicação de uma Medida Provisória que liberará o arrendamento de terras indígenas. O presidente Michel Temer não prometeu nada a respeito, apenas tomou conhecimento do assunto durante audiência com parlamentares nesta terça-feira – declarou a Secretaria de Comunicação da Presidência, por meio de nota.

A informação desmente o que disse ao jornal “o Estado de S. Paulo” o deputado ruralista Luis Carlos Heinze (PP/RS), que participou do encontro com Temer no Palácio. À reportagem, Heinze afirmou que “o presidente se comprometeu em publicar a MP no início da próxima semana”.

- Essa situação de arrendamento já existe na prática em algumas regiões do País. O que queremos é regulamentá-la – disse Heinze, na tarde desta quarta-feira, 4. Uma fonte da Funai ouvida pela reportagem confirmou que a proposta foi, de fato, tratada durante o encontro. Heinze afirmou que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, também participou do encontro. Procurado, o MJ informou, por meio de nota, que – o posicionamento do MJSP será dado formal e aprioristicamente à Casa Civil, no caso de haver uma decisão do governo a este respeito. -

A proposta de arrendar terras indígenas para o agronegócio foi duramente criticada por diversas organizações socioambientais. Segundo Brent Milikan, diretor do Programa da Amazônia da organização International Rivers,

- além de inconstitucional, a Medida Provisória, com efeitos imediatos, teria que ser objeto de um processo de consulta prévia junto ao movimento indígena brasileiro – conforme a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a Declaração da ONU sobre Direitos Indígenas. – Essa proposta vai na contramão das tendências globais de exigir responsabilidade socioambiental de cadeias produtivas, o que poderá trazer novas barreiras comerciais, além de causar grandes prejuízos à imagem do agronegócio brasileiro. -

Fonte: Estadão



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