Após incisiva pesquisa de campo nas principais regiões cafeeiras do Brasil, incluindo as zonas de conillon do Espírito Santo, a Terra Forte concluiu, em sua primeira estimativa de safra para a temporada 2016/2017, que as lavouras de arábica tiveram boa recuperação, após dois anos problemáticos. Assim, esse tipo de grão deverá ter, em terras brasileiras, uma produção de 41,38 milhões de sacas, contra 32,05 milhões de sacas do ano passado. No total (arábica + conillon), a exportadora crê que o Brasil vá colher neste ano 54,169 milhões de sacas.
A empresa acredita que esse número poderia ser maior, se não tivéssemos um outubro de 2015 com praticamente sua totalidade marcado por dias secos e extremamente quentes, que redundaram em alguns prejuízos, com o baixo crescimento vegetativo, tal qual nos anos anteriores, o que prejudicou as lavouras a experimentar o seu máximo potencial produtivo. O aspecto das lavouras de arábica é muito bom e dá sinais de estarem muito saudáveis.
Por sua vez, no que se refere ao conillon, a situação é próxima do desesperador, principalmente no Espírito Santo e na Bahia. Os produtores que tiveram condições de irrigar conseguiram salvar parte de suas plantações.
Ao longo das viagens efetuadas pelos técnicos da Terra Forte, com pouquíssimas exceções, o que se verificou foi reservatórios de irrigação vazios devido ao clima. O governo teria proibido a irrigação em várias áreas até que a estiagem se normalizasse.
Bem diferente dos arábicas, a empresa acredita que as perspectivas para a safra 2017/2018 são obscuras, já que o potencial de as plantações conseguirem preservar seus frutos e o crescimento vegetativo é quase zero para a safra vindoura.
No geral, o Brasil teria um potencial para 63 milhões de sacas, mas apresentou uma retação acentuada, já que o conillon poderia ter um volume de 18 milhões de sacas e vai colher 12,79 milhões, ao passo que os arábicas vão quebrar de 3 a 4 milhões em relação ao seu potencial de 45 milhões.
Segundo a Terra Forte, a região da Mogiana poderá desfrutar de uma safra maravilhosa, com uma recuperação significativa, após a colheita ruim do ano passado. Segundo a empresa, será uma das melhores safras desde 2002 nessa região.
O cerrado mineiro terá uma boa safra, mas sem atingir seu potencial máximo. Muitas podas limitaram o avanço da produção, mas a região tem um bom potencial para a próxima temporada.
O sul de Minas deverá ter uma boa safra global, mas irregular, principalmente nas zonas altas, que conseguiram ter volumes interessantes no ano passado por conta da bianualidade.
A Zona da Mata teve uma boa safra no ano passado e deverá ter volumes menores por causa do processo natural do ciclo bianual da cultura.
Para as zonas de conillon, a situação é complexa. Os reservatórios de água se mostram secos e esse cenário vai prejudicar o cenário para a safra 2017/2018. A maioria das plantações tem pequeno crescimento vegetativo e isso faz crer que o cenário ruim vai se estender por duas temporadas. O que se verificou para os arábicas no ano passado, agora se observa para o conillon. A Terra Forte calculou a produção com números que foram verificados in loco, mas que ainda poderá haver um risco de a produção ser ainda menor.
Fonte: AI Terra Forte
Fonte: Canal do Produtor