O analista de Fertilizantes da INTL FCStone, Fábio Rezende, vê condições para que a trajetória de queda das relações de troca entre fertilizantes e produtos agrícolas no Brasil tenha continuidade ou se estabilize no médio prazo. No caso do KCl (cloreto de potássio), a tendência é de sequência na queda dos preços, mantida pelo aumento da concorrência entre produtores do insumo no mercado internacional e demanda fraca, segundo Rezende.
Estados Unidos e Europa, explicou ele, vêm mantendo o nível de aplicações de adubo nas lavouras, enquanto Índia e China estão chegando perto dos valores máximos de aplicações, após anos de demanda ascendente. Atualmente, a tonelada do KCl está entre US$ 230 e US$ 250 no Porto de Paranaguá, no Paraná, de acordo com a consultoria.
Um produto bastante utilizado nas lavouras de soja e importado pelo Brasil, o TSP (superfosfato triplo ou super triplo) pode passar por alguma alta até outubro, período em que o uso nas lavouras do País é maior, disse Rezende. Passadas as compras brasileiras, porém, os preços devem voltar a cair, por causa da estagnação da demanda global e do aumento da capacidade de um dos maiores produtores globais do insumo, o grupo marroquino OCP.
Já em relação à ureia, os valores não devem recuar muito abaixo do suporte atual de US$ 200/tonelada. Para o analista, as margens das empresas produtoras estão muito baixas e, em alguns casos, negativas, o que tem reduzido a oferta do produto.
- Em um cenário de alta do petróleo, pode haver alta dos (adubos) nitrogenados (a ureia é um deles) – afirmou.
A demanda do Brasil por adubos em geral, na avaliação do analista, ainda pode aumentar nos próximos anos. Apesar de o País ser um grande consumidor em termos absolutos, o volume aplicado por hectare ainda fica abaixo dos níveis observados nos Estados Unidos e na Europa, comentou ele.
Fonte: Revista Globo Rural