As áreas produtoras de grãos do Rio Grande do Sul têm sido prejudicadas, em sua grande maioria, pela condição de tempo seco e quente que tem predominado no estado. A demanda por irrigação têm sido frequente para garantir o desenvolvimento das lavouras e, assim, os custos de produção acabam pesando mais para os agricultores.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os volumes de água registrados pelas estações meteorológicas ficaram abaixo da média climatológica normal para o mês de dezembro em praticamente todo o território gaúcho. Além disso, as temperaturas no estado ficaram acima da média. Desde a Fronteira Oeste, passando pela Campanha, as áreas centrais e o norte do estado, os volumes chegaram a ficar 50 milímetros abaixo da média. Em alguns pontos do estado, como na região da Campanha, o volume de água não passou de 25 milímetros.
Esta condição reflete diretamente nos índices de água disponível no solo, que não passam de 50% em grande parte do estado. Esse cenário é bem diferente do início da primavera, entre outubro e novembro, que foi de muita chuva no extremo sul do Brasil, inclusive os excessos de chuva naquele período chegaram a atrapalhar.
A meteorologia indica um janeiro com chuva acima do normal no estado, mas é preciso ter cautela com esta informação. Segundo a técnica em meteorologia Patrícia Vieira, o Rio Grande do Sul tem um clima temperado. Justamente por isso, janeiro não é um dos meses mais chuvosos do ano, portanto qualquer chuva a mais já faz a média de 150 milímetros ser superada. “Não podemos esquecer também que a situação não consegue ser completamente revertida, porque dezembro teve déficit hídrico”, afirma.
A frente fria que passou na região só provocou chuva mais significativa nas áreas produtoras do norte do estado, com cerca de 30 milímetros acumulados. Nas últimas 24 horas, o volume mais elevado aconteceu em Canela, com 46 milímetros, uma região turística e não produtora. A previsão para este primeiro fim de semana no Sul indica chuva chuva apenas no leste do estado e no norte do Paraná. Chuva significativa para o interior das áreas produtoras só após o dia 8 de janeiro.
Fonte: Canal Rural