Uma técnica inovadora capaz de produzir embriões in vitro dentro da propriedade rural, sem a necessidade de laboratório será a atração da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizada em Brasília, DF, durante a Dinapec – Dinâmica Agropecuária, que acontece em Campo Grande, MS, de 8 a 10 de março de 2017. A TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos), que dispensa também o uso de hormônios, alia alta produtividade, sustentabilidade e economia e reflete o propósito da Embrapa de oferecer ao setor produtivo e à sociedade em geral soluções que harmonizem a agropecuária e a preservação ambiental.
Trata-se de uma biotécnica com grande potencial de aceitação pelo mercado agropecuário, já que apresenta todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV), com um benefício a mais: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada. Os criadores podem obter os embriões com a mesma rapidez e agilidade da FIV – ou seja, em torno de um bezerro por semana a partir de uma única vaca doadora – sem precisar sair da sua fazenda.
A FIV é hoje a biotécnica mais utilizada no melhoramento genético animal no Brasil, pela capacidade de aumentar o número de descendentes de uma vaca em menos tempo. Para se ter uma ideia da potencialidade das biotécnicas reprodutivas de maior Impacto utilizadas hoje na pecuária global, pode-se estimar que a inseminação artificial (IA) permite a obtenção de um (1) bezerro por ano; a transferência clássica de embriões (TE), um por mês; enquanto a FIV é capaz de produzir um (1) bezerro por semana.
Os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Maurício Franco e Margot Dode, que estarão presentes à Dinapec 2017, explicam que todo o processo da TIFOI se dá de forma natural, aproveitando o processo fisiológico da vaca ovuladora, o que imprime maior qualidade aos embriões. Grosso modo, a vaca é o laboratório.
TIFOI: a vaca é o laboratório
Os óvulos são aspirados da mesma maneira que na FIV, mas ao invés de maturados em laboratório, são cultivados dentro do corpo da vaca que está ovulando, aproveitando o seu processo reprodutivo natural. Depois da ovulação, os óvulos são fecundados por inseminação artificial (IA). Sete dias depois, os embriões que se desenvolveram são coletados e transferidos para a vaca receptora (barriga de aluguel), semelhante ao que ocorre na transferência clássica de embriões. A produção dos embriões de forma natural no trato reprodutivo da fêmea dispensa todos os componentes de laboratório, reduzindo significativamente os custos finais do processo.
Pelo pioneirismo no Brasil, a TIFOI teve sua marca registrada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O próximo passo é aumentar a eficiência e transferir a tecnologia ao setor produtivo, o que deverá ser feito a partir de cursos e publicações.
Vantagens da tecnologia:
– Produção de grande número de embriões de uma doadora;
– Aproveitamento dos eventos fisiológicos do animal;
– Produção totalmente realizada na fazenda;
– Sem utilização de hormônios;
– Menor Intervalo entre coletas;
– Menor custo de laboratório (custo da produção do embrião);
– Maior resistência à criopreservação (Congelamento);
– Maior qualidade do embrião;
– Mais facilidade para comercialização.
Fonte: Embrapa