O impacto da tabela de frete rodoviário chegou às exportações e tem levado as empresas de transporte marítimo a praticarem um “overbooking” de até 200% nos navios.
O abalo também provocou uma queda das exportações -o que já foi percebido no segundo trimestre e deverá continuar ao longo deste ano, segundo relatório da Maersk Line, líder global em transporte marítimo.
O tabelamento do frete rodoviário foi uma das concessões do presidente Michel Temer para encerrar a paralisação dos caminhoneiros, em maio deste ano.
A medida sofreu críticas do agronegócio e da indústria, que questionam a constitucionalidade da tabela no STF (Supremo Tribunal Federal).
Além de provocar uma alta no custo do transporte rodoviário, estimada em 12% pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a medida mudou a forma de negociar com os caminhoneiros.
“A negociação passou a ser diária, tanto do preço como da disponibilidade do caminhão na data escolhida. Como resultado, os clientes não conseguem prever com precisão quando a carga chegará [ao terminal portuário]”, afirma Antonio Dominguez, diretor da Maersk para a Costa Leste da América do Sul.
A partir daí, cria-se um efeito cascata: para garantir o espaço na embarcação, os exportadores fazem várias reservas para uma só carga.
Isso eleva o risco das empresas de transporte marítimo de ficarem esperando um carregamento que não vai chegar.
Com isso, as companhias passaram a fazer um “overbooking” de até 200% -ou seja, como já sabem que grande parte das cargas não chegarão, fazem duas vezes mais reservas do que de fato caberia no navio.
Matéria completa: Gazeta do Povo.
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Fonte: Sistema FAEP