O presidente da Apex Brasil, Roberto Jaguaribe, comentou, na palestra de abertura do Fórum Estadão Agronegócio Sustentável, que a sustentabilidade é o carro-chefe da produção agrícola brasileira, embora ainda haja vários desafios a serem enfrentados.
“É bom lembrar, porém, que sustentabilidade depende de rentabilidade e isso tem de caminhar junto”, disse.
Mas, no caso do Brasil, o país leva vantagem em relação a vários outros, já que tanto a Embrapa quanto o Inpe e a própria Nasa confirmaram o nível de preservação do território brasileiro, que chega a 60% de mata nativa.
Além disso, ele mencionou que a revolução do agro melhorou não só a condição do campo, mas a condição de vida do brasileiro. “Somos o terceiro maior exportador de agricultura”, enfatizou.
“Nossa vantagem, além disso, é que podemos expandir a agricultura sem incorrer em conflitos com o meio ambiente ou mais desmatamento”, disse ele, referindo-se aos 48 milhões de pastagens degradadas que deverão ser convertidas em cultivos integrados com pastagens nos próximos anos.
Sobre a agricultura tropical, Jaguaribe mencionou que a pesquisa apresentou exemplos extraordinariamente positivos que muitos achavam que seria impossível.
“Há, atualmente, muita convergência entre meio ambiente e produção. E essa convergência deu um salto desde a Eco 92. Até então, não se pensava em meio ambiente.”
Jaguaribe citou também o Código Florestal, que foi um importante salto na conciliação entre produção agrícola e meio ambiente.
“Somos sustentáveis e isso é importante que seja levado ao exterior. Ainda sofremos por causa de uma imagem não correspondente ao cenário da produção brasileira”, continuou. “Lógico que ainda há distorções e realidades distintas, pois o Brasil é grande e diversificado. Mas podemos dizer que o Brasil é o mais sustentável do mundo, em relação não só à agricultura mas também quanto à matriz energética”, disse ele, mencionando que a energia eólica gerada no País já corresponde a uma Itaipu.
Jaguaribe citou também a questão dos defensivos agrícolas, assunto que deve ser enfrentado “sem demagogia e com pragmatismo”.
Fonte: Globo Rural