O recente surto de raiva no Paraná fez com que a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) emitisse um alerta, que destaca a importância de o pecuarista vacinar seu rebanho contra a doença. Até o início de agosto, foram comprovadas 45 mortes de animais (39 dos quais eram bovinos) em decorrência deste mal. Trata-se de uma doença incurável, que ataca o sistema nervoso dos animais, levando à morte. O estado de vigilância se torna ainda maior pelo fato de a raiva ser considerada uma zoonose, ou seja, uma moléstia que pode ser transmitida ao ser humano.
De acordo com a Adapar, os focos confirmados de raiva ocorreram em diversas áreas do Paraná, mas a região Sudoeste é um dos pontos de atenção. Só no município de Ampére, foram cinco casos confirmados. Cidades próximas, como Dois Vizinhos e Santo Antônio do Sudoeste, também tiveram animais mortos em decorrência da raiva. Além de bovinos, equinos, suínos, ovinos e caprinos estão entre os mais suscetíveis.
Diante do estado de alerta, a Adapar reforça que a vacinação do rebanho é a medida mais eficaz e indispensável à manutenção da sanidade do rebanho. O coordenador de vigilância e prevenção da raiva da Agência, Ricardo Vieira, destaca que as reses devem ser vacinadas anualmente. Os animais novos com idade superior a três meses também precisar ser imunizados e receber um reforço da vacina 30 dias após a primeira aplicação.
“A vacina pode ser encontrada facilmente em qualquer agropecuária. É baratíssima. Custa entre R$ 0,50 e R$ 0,60. Com isso, o pecuarista evita a perda de um animal, como um boi, que custa mais de R$ 1 mil”, diz Vieira. “É uma doença que não tem cura. Se o animal for contaminado, não tem como se recuperar”, alerta.
Orientações
A raiva é causada por um vírus, transmitido, principalmente, pela mordida de morcegos hematófagos (da espécie Desmodus rotundus) que estiverem contaminados. A doença pode infectar não só bovinos e equinos, mas a todos os animais mamíferos. O vírus também pode ser repassado por arranhões e lambidas dos bichos contaminados.
Entre as orientações da Adapar, estão o isolamento imediato do animal sob suspeita. O pecuarista deve estar atento ao comportamento do rebanho, principalmente em casos de reses que apresentem andar cambaleante e queda, salivação excessiva e engasgos – sintomas mais evidentes de contágio de raiva. Em todos esses casos, a Adapar deve ser informada pelo produtor imediatamente.
“Com essa comunicação, nós vamos até o local, coletamos amostras para exames, para confirmar se se tratava de raiva”, explica Vieira. “Essa comprovação é feita por meio de um exame laboratorial, a partir da análise do cérebro do animal morto”, complementa.
Além disso, o produtor rural também deve ficar de olho em locais em sua propriedade que podem servir de abrigo a morcegos. A Adapar tem cadastrados cerca de 900 locais em todo o Estado que apresentam condições para ser usados pelos morcegos como ponto de refúgio – como cavernas e buracos. Equipes da Adapar revistam esses locais anualmente, capturando eventuais animais encontrados.
“A gente investiga se há morcegos nesses locais. A captura é a maneira de manter a raiva sob controle”, afirma Vieira.
As comunicações devem ser feitas ao escritório regional da Adapar mais próximos. Os endereções estão disponíveis no site www.adapar.pr.gov.br, na seção Institucional/Unidades da Adapar. O pecuarista pode procurar, também, a secretaria de agricultura do seu município.
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Fonte: Sistema FAEP