As cotações para o suíno vivo registraram mais uma alta nesta sexta-feira (03). Em Santa Catarina, a bolsa de suínos do estado definiu aumento na referência de negócios, que passa a ser de R$ 3,70 pelo quilo do vivo. O acréscimo acompanha o anúncio de que integradoras do estado aumentariam o valor pago em R$ 0,10.
O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, aponta que o setor precisava de reajuste há muitos meses. “Sabemos que a melhora de preços será gradativa, mas precisamos de uma reação maior, pois o custo de produção do quilo do suíno ainda passa dos R$ 4,00. Esse é o recomeço para mantermos a atividade suinícola catarinense viva”, explica.
Nas demais regiões, a semana também foi de recuperação de preços. Segundo levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior alta registrada aconteceu no Paraná. O reajuste foi de 13,07%, que levou as cotações para R$ 3,20/kg.
Em Mato Grosso, o acréscimo também foi significante, em que as cotações subiram 4,21%, com negócios a R$ 2,97/kg. Em Minas Gerais, os preços aumentaram 2,56%, com negócios a R$ 4,00 pelo quilo do vivo.
Em São Paulo, a bolsa de suínos do estado definiu referência entre R$ 75 a R$ 77/@, valor equivalente a R$ 4,00 a R$ 4,10/kg. Além disto, a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) anunciaram novas vendas. Em Itu (SP) foram comercializados 160 animais ao preço de R$ 76/@, enquanto que em Holambra (SP) a negociação foi de R$ 78/@ para 700 suínos.
Já a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou aumento de R$ 0,12 no preço pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor independente, que chegou a R$ 3,56/kg. Já o preço médio do suíno agroindustrial é de R$ 2,77/kg.
A pesquisa também informou que a saca do milho baixou para R$ 52,16 (anterior R$ 54,00) e o farelo de soja subiu para R$ 1.535,00 no pagamento à vista (anterior R$ 1.390,00) e para R$ 1.560,00 no pagamento com 30 dias de prazo (anterior R$ 1.405,00).
De acordo com analista da Safras & Mercado, Allan Maia, o momento é reflexo dos números positivos de embarques, além do repasse nos custos de produção. Porém, a recuperação ainda está abaixo da esperada, devido a perdas do setor com custos de produção e demanda enfraquecida desde o início de 2016.
“Apesar do forte movimento de alta registrado ao longo do mês, suinocultores trabalham ainda com margens apertadas e, em muitos casos, negativas”, afirma.
A tendência para o início do mês é de que os preços sigam em alta. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Augusto Maia, explica que novas acréscimos não são descartados.
“No segundo semestre temos historicamente um patamar de preço melhor, porque as exportações crescem e o consumo interno é maior", explica Maia.
Exportações
Os embarques continuam apresentando bons resultados. Em comparação com as exportações de maio do ano passado, houve um crescimento de 36% – de acordo com dados divulgados hoje pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Além disto, entre janeiro e maio o crescimento é de 62%, totalizando 247,8 mil toneladas de carne suína in natura embarcadas.
“Os mercados da Ásia e do Leste Europeu continuam incrementando suas compras. Assim como no setor de aves, as vendas internacionais estão reduzindo os efeitos da crise brasileira, melhorando a relação oferta-demanda no mercado interno”, destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente técnico da ABPA.
Assim, a margem de comercialização dos frigoríficos encurtou mais uma vez e está em 11,1%. São 10,0 pontos percentuais menor que a média histórica.
Para a próxima semana a expectativa é de que as referências continuem subindo, já que negócios acima da referência são comuns. Entretanto, atenção às margens. Este pode ser um fator limitante para altas.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor