A produção de suco de laranja congelado e concentrado do Brasil na temporada 2015/16 deverá atingir 888,8 mil toneladas, previu nesta quarta-feira a CitrusBR, elevando a estimativa para o ano em 10 por cento ante projeção de maio.
Segundo a associação que representa a indústria no maior exportador global da commodity, as processadoras vão abocanhar uma quantidade maior do que a esperada da fruta do mercado de mesa, em meio a um consumo doméstico no país mais fraco, e produzir mais suco que o projetado.
Na previsão de maio, a entidade havia estimado a produção em 810 mil toneladas de suco concentrado, congelado e equivalente a 66º Brix (FCOJ equivalente).
- O mercado interno de fruta está demandando menos que o normal, em consequência da crise econômica… com menos fruta para a mesa, a tendência é que isso vá para a indústria – afirmou o diretor-executivo da CitrusBr, Ibiapaba Netto.
A CitrusBR não mexeu na previsão de safra de laranja da região da indústria, estimada em 278,9 milhões de caixas de 40,8 quilos, em maio.
Mas disse que a indústria vai processar 248,9 milhões de caixas, ante 218,9 milhões de caixas na previsão de maio. Enquanto isso, o consumo de mesa deverá atingir 30 milhões de caixas na temporada, ante cerca de 60 milhões de caixas na previsão anterior.
A produção de suco, no entanto, ainda cairá pouco mais de 20 por cento ante a temporada anterior, por conta de problemas na safra que está sendo colhida.
A CitrusBR estima um rendimento industrial de 280 caixas para a produção de uma tonelada de FCOJ equivalente, uma piora de 16,5 por cento em relação às 240,5 caixas necessárias para a produção de uma tonelada de FCOJ equivalente em 2014/15.
Estoques Menores
Os estoques finais de suco de laranja brasileiro no mundo devem cair para 329,7 mil toneladas em 2015/16 (em 30 de junho de 2016), ante 510,4 mil toneladas na mesma data da safra 14/15.
A redução dos estoques ocorrerá fundamentalmente por conta de uma produção menor, uma vez que a demanda, estimada em 1,07 milhão de toneladas, não demonstra sinais de reação.
Segundo Netto, um estoque abaixo de 350 mil toneladas, o menor volume dos últimos anos, é suficiente para a indústria cumprir contratos.
- É para passar o ano para outro sem gordura – completou.
- Estamos achando que vai ser um pouco menor, vendemos muito suco para os Estados Unidos… Quando olhamos estoques dos EUA, eles estão com estoques maiores. A demanda vai depender um pouco do tamanho da safra da Flórida – disse.
Fonte: Reuters