A Associação Brasileira de Startups (Abstartups) se surpreendeu com alguns resultados do primeiro mapeamento das empresas de inovação tecnológica que atuam diretamente no agronegócio brasileiro. Um deles é sobre o número de agtechs, como são chamados esses negócios. Segundo o levantamento, existem atualmente 182 startups de agro em atividade no país. Maior parte delas, segundo o presidente da Abstartups, Amure Pinho, ainda está na fase inicial, possui de três a dez funcionários e “provavelmente paga as contas”, diz ele em entrevista exclusiva à Globo Rural.
Do total de empresas, de 20% a 23% já faturam mais de R$ 1 milhão ao ano, segundo Pinho. Outros cerca de 25% faturam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão ao ano. Um dos dados que chama atenção é a quantidade de empresas que tem um programa/software como produto. Segundo o mapeamento, 76% usam essa forma, conhecida como SaaS (Software/programa como um serviço, na tradução para o português) para gerar receita. E 69% dos negócios estão dedicados a resolver problemas da porteira para dentro. Para Pinho, apesar de a quantidade de empresas ser considerada alta, o setor produtivo ainda tem potencial de atuação para os empreendedores.
Ele acredita que o ecossistema de agtechs no Brasil deve se fortalecer e amadurecer à medida em que grandes empresas do setor se interessarem por esse negocio e os adquirirem.
“A hora que um grupo como BRF ou Kraft começar a investir ou fazer aportes ou contratar essas empresas, veremos um ‘boom’ nesse segmento. A falta de acesso à internet no meio rural não é o maior problema. Hoje já existe tecnologia para levar acesso remoto ao campo”, destaca.
Fonte: Globo Rural