A utilização do chamado Manejo Integrado de Pragas pode levar a uma economia de até R$ 4 bilhões para a produção brasileira de soja considerando o que se deixaria de gastar com a compra e aplicação de inseticidas. Foi o que concluiu um estudo feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em lavouras de Mato Grosso do Sul.
O monitoramento e manejo integrado foi feito durante duas safras. Na temporada 2014/2015, os pesquisadores acompanharam 70 hectares de soja no município de Caarapó. No ciclo 2015/2016 o trabalho foi feito em um campo de 25 hectares, em Dourados. Áreas comparativas serviram de referência.
Na fazenda em Dourados, a economia com o Manejo Integrado de Pragas foi de R$ 125,58 por hectare. Extrapolando a conta para os 360 hectares da propriedade, o valor teria sido de R$ 45 mil. Em todo o Mato Grosso do Sul, de R$ 300 milhões. E usando como referência uma área de 33,22 milhões de hectares, estimou-se a economia em nível nacional.
“O ponto central do MIP consiste em monitorar a base da população de pragas amostradas e que se encontram presentes nos estádios da lavoura. Por isso, a realização de pulverizações programadas de inseticidas com base em calendários deve ser evitada”, diz o pesquisador Crébio José Ávila, da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), de acordo como divulgado pela empresa.
Em que pese o benefício econômico potencial da medida e da redução do uso de químicos no campo, Ávila afirma que houve um retrocesso nos programas de manejo integrado de pragas na soja. Ele considera ter havido até mesmo um abandono da estratégia, que requer presença e atenção do produtor.
A consequência foi uma aplicação excessiva de produtos, diz ele, de acordo com o publicado pela Embrapa. “fez com que houvesse um aumento excessivo de aplicações de inseticidas nas plantações, com consequências indesejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e ambiental”, diz o pesquisador.
Fonte: Globo Rural