No início da tarde desta quinta-feira (28), o mercado da soja na Bolsa de Chicago, mais uma vez, deixou a tranquilidade de lado e voltou a subir de forma bastante expressiva. Os vencimentos mais negociados subiam, perto de meio-dia (horário de Brasília), mais de 14 pontos, levando o contrato agosto/16 a bater nos US$ 10,41 por bushel. O maio/16, que ainda é referência para a safra brasileira, vinha cotado a US$ 10,33 no mesmo momento.
Segundo explicam analistas internacionais, os últimos números das vendas semanais para exportação reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na manhã de hoje – entre a soja em grãos e derivados – foram bem recebidos pelos traders, que já vêm trabalhando com uma aposta positiva para a oleaginosa, e puxaram os preços novamente.
Na semana encerrada em 21 de abril, as vendas de soja dos EUA foram de 946,4 mil toneladas, com expectativas que variavam de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas. Foram 226 mil toneladas da safra 2015/16, 45% a menos do que na semana anterior e tendo o México como principal destino, e mais 720,4 mil da safra 2016/17, com o México também como maior comprador.
As vendas semanais de farelo foram de 273,4 mil toneladas, contra projeções de 170 mil a 350 mil toneladas. Do presente ano comercial foram 209,6 mil toneladas – 59% a mais do que na semana anterior – e mais 63,8 mil toneladas do próximo. Já os números da soja somaram 9,6 mil toneladas, enquanto o mercado apostava em algo entre 0 e 20 mil toneladas. E neste caso o volume foi todo da safra 2015/16.
E assim, ainda é possível observar os fundos de investimentos aptos ao risco, buscando migrar o fluxo de dinheiro para as commodities, como tem sido registrado nas últimas semanas.
A decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros dos EUA entre 0,25% e 0,50%, anunciada ontem, deve manter a moeda norte-americana com movimentos de alta mais limitados, o que poderia seguir dando suporte às cotações das commodities negociadas no mercado internacional.
"O mercado de grãos hoje se mostra um pouco confuso, com sinais conflitantes de que a variedade de forças que atuam sobre os negócios nesse momento estejam trazendo algumas mudanças modestas", acredita Bruce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures. "O clima segue indefinido (nos EUA) e a direção para os preços que chega por meio do andamento das moedas, principalmente o dólar, ainda pode ser registrado", completa.
Dólar e Mercado Nacional
No Brasil, em um dia de nova queda, o dólar perdeu o patamar dos R$ 3,50. Por volta de 12h10, a divisa recuava mais de 1% e era negociada a R$ 3,489.
Assim, os ganhos trazidos pelas boas altas em Chicago acabam sendo limitados. A soja disponível, no porto de Rio Grande, era negociada a R$ 81,80 por saca, subindo 0,99% e a futura, com embarque previsto para março do próximo ano, vinha com US$ 86,60, com ganho de 0,70%.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor