Nesta terça-feira (5), o dólar voltou a subir no Brasil e no exterior e, mais uma vez, pressiona as commodities agrícolas negociadas nas bolsas norte-americanas, incluindo os grãos em Chicago. A exceção, enquanto soja e trigo atuam em campo negativo, fica por conta do milho que, por volta de meio-dia, atuava com pequenas altas de 0,25 a 1,75 ponto.
Enquanto internamente a moeda americana subia 1,27% para ser cotada a R$ 3,66 e motivar, mesmo que forma pontual, alguns negócios no mercado brasileiro, os futuros da soja negociados na CBOT perdiam mais se 5 pontos entre os principais vencimentos, levando o contrato maio/16 aos US$ 9,08 por bushel. E assim, as posições mais distantes já perdiam o patamar dos US$ 9,20.
No Brasil, por outro lado, os preços subiam. No porto de Rio Grande, alta de 0,40% no disponível para R$ 75,50 e, no futuro, embarque junho/16, alta de 0,92% para R$ 77,20 por saca.
Segundo explicam analistas, a terça-feira é de uma maior aversão ao risco entre os investidores, buscando ativos mais seguro e se distanciando dos mais arriscados.
Para Bryce Knorr, analista de mercado sênior do portal Farm Futures, a soja já vem sentindo a pressão de um financeiro mais negativo hoje, apesar das máximas registradas pelas ações chinesas após medidas de estímulo anunciadas no país. Os futuros do farelo e do óleo de soja também cedem na CBOT e ajudam a pressionar o grão.
"Além disso, a soja mostra uma forte correlação com o petróleo, que também opera em queda nesta terça-feira", diz Knorr. Em Nova York, os futuros da commodity, perto de 10h30, davam continuidade à queda de mais de 3% registrada no pregão anterior e operavam com baixa de 0,31% e ainda na casa dos US$ 35,00 por barril. Mais tarde, porém, os preços voltavam a subir e, por volta de 12h30, registravam uma pequena alta de 0,08%.
Knorr afirma ainda que "a soja pode se sair bem ao buscar consolidar os ganhos recentes. O foco agora deverá ser nos estoques da safra velha e na espera pelas vendas da nova safra".
O mercado futuro norte-americano, na sessão anterior, fechou o dia em queda, realizando lucros e pressionado pelos baixos embarques semanais norte-americanos reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
No entanto, para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, os preços teriam força para buscar os US$ 9,50 daqui em diante para estimular as vendas nos EUA e garantir a renda ao produtor norte-americano na temporada 2016/17.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor