Durante a sessão desta terça-feira (17), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento positivo. Por volta das 11h45 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam altas entre 3,25 e 3,50 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,62 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 8,61 por bushel.
Segundo informações das agências internacionais, o mercado permanece trabalhando de maneira bastante técnica nesse momento. "Hoje, temos um movimento de compra de posições vendidas no caso da soja e do milho", ressalta Paul Georgy, CEO da Allendale em entrevista ao site AgWeb.
De um lado, os produtores finalizaram a colheita da soja nos Estados Unidos, com expectativa de uma safra ao redor de 108,35 milhões de toneladas para essa temporada, conforme última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "E em meio aos preços mais baixos, os produtores americanos já estão conformados de que não irão conseguir vender a soja com uma margem de lucros. A safra já está nos armazéns e os agricultores esperam as nevascas nos próximos dias. Com isso, estamos caminhando para um final de ano antecipado, com mercado técnico", explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Diante desse cenário, os participantes do mercado acompanham as informações vindas do lado da demanda. Contudo, o consultor ainda sinaliza que, os compradores chineses adquiriram bons volumes de soja do Brasil ao longo do ano. "Temos nesse momento, centenas de navios chegando à China e o país não tem necessidade de grandes compras. Os compradores estão atuando pouco no mercado e deixando para comprar o grão mais adiante e não carregar armazenamento", completa.
Paralelamente, a safra da América do Sul tem sido outro destaque aos investidores. No Brasil, apesar da semeadura ter superado os 60% da área projetada para essa temporada, ainda há problemas com o clima em algumas localidades. Na região de Canarana (MT), até o momento, cerca de 50% da área foi cultivada com o grão.
Em anos anteriores, o percentual estava próximo de 75% até 80%. E, o presidente do sindicato rural do município, Arlindo Cancian, ressalta que, entre 8% a 10% da área total terá que replantada devido ao clima que continua irregular.
Mercado interno
No Porto de Rio Grande, a saca da soja para entrega maio/16 era cotada a R$ 76,50 nesta terça-feira (17). Para a saca disponível não houve referência de preços. Os analistas ainda ressaltam que, nesse instante, os produtores rurais brasileiros estão mais focados nos trabalhos nos campos.
"Quase não temos mais negócios para soja e milho. Os produtores estão fora do mercado, atentos ao plantio e ao tratamento das lavouras. Os agricultores buscam melhor produtividade, pois os dados indicam que ainda temos um El Niño bastante forte pela frente. Cenário que poderia ocasionar problemas climáticos, especialmente na Argentina e mudar a figura de um mercado baixista", pondera Brandalizze.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor