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SOJA INICIA A SEMANA COM MERCADO CALMO E OPERANDO COM ESTABILIDADE EM CHICAGO NESTA 2ª FEIRA

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago iniciam a semana operando, novamente, com estabilidade nesta segunda-feira (14), porém, em campo positivo, por volta das 7h40 (horário de Brasília). Entre os principais contratos, os ganhos eram de pouco mais de 1 ponto, com o julho/16 valendos US$ 8,88 por bushel. 
O mercado internacional, no entanto, ainda espera por novidades para se posicionar e garantir oscilações mais fortes na CBOT. No entanto, o momento é típico de final de ano, com os fundos buscando se direcionar e buscando ainda garantir bons resultados para os investidores. 
Lideram as especulações dos traders, no entanto, a evolução da nova safra brasileira. O clima ainda se mostra bastante irregular, com condições de chuvas muito distintas entre as principais regiões produtoras e a produtividade já ameaçada em alguns pontos do país, tanto pelo excesso quanto pela falta de umidade. 
Ainda nesta segunda chegam os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre os embarques semanais de grãos, que são importante indicador da demanda e poderiam trazer algum impacto, mesmo que pontual, sobre as cotações. 
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja: Com disparada do dólar, preços no Brasil fecham semana com boas altas no interior
Os preços da soja praticados no mercado brasileiro, apesar da intensa semana de volatilidade do dólar e da Bolsa de Chicago, registraram um balanço positivo. No interior do país, as cotações subiram entre 0,76% e 3,10% nas principais praças de comercialização e os últimos valores ainda oscilam na faixa dos R$ 66,00 aos R$ 71,00 por saca. 
Um dos destaques continua sendo São Gabriel do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde o aumento semanal da cotação foi de 1,43% para R$ 71,00, ou as praças de Mato Grosso, que chegaram a perder força nos últimos dias, mas se recuperaram e fecharam a semana com ganhos de mais de 3% e valores de R$ 67,00 e R$ 66,50 em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, respectivamente. 
Nos principais portos do Brasil, por outro lado, os preços fecharam sem uma direção bem definida, já que o peso da influência do câmbio e da movimentação no cenário é ainda mais expressivo. Assim, Em Paranaguá, a soja disponível não registrou indicativos de preços nesta sexta-feira (11), enquanto o produto da nova safra subiu 0,53% para R$ 75,70 por saca. Já no terminal de Rio Grande, indicação somente para o produto da safra velha, que caiu 1,24%, passando de R$ 80,50 para R$ 79,50. 
Os negócios no Brasil estão parados, segundo relatam analistas e produtores rurais de diferentes partes do país. Segundo relatou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, até mesmo as indústrias vêm encontrando dificuldades na busca de matéria-prima para a colocação de farelo e óleo de soja.
O clima tem sido, ao lado da intensa movimentação do dólar e da influência da tensa cena política brasileira nos negócios, uma das principais preocupações do sojicultor nesse momento. As divergências de cenário vêm castigando lavouras em toddas as regiões do país, matando as plantas, exigindo replantio e gerando cada vez mais incertezas em um momento em que quase 50% da nova safra brasileira foi negociada antecipadamente. 
E uma última previsão do NOAA, o departamento oficial de clima dos Estados Unidos, mostra que o El Niño deve seguir ainda muito forte nos próximos três meses e que seus efeitos continuarão a ser sentidos de forma muito severa. 
"O consenso entre as previsões continua, praticamente, inalterado em relação às últimas previsões, com expectativas de que esse é um dos mais fortes fenômenos desde 1950", reportou o último boletim da instituição. 
Exportações 
As exportações de soja em grão na primeira semana de dezembro (04 dias úteis) apresentaram uma média diária de 35,2 mil toneladas, totalizando 141,1 mil de t no período. Esse volume é 460% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados nesta terça-feira (8).
Em receita, o valor obtido com os embarques também está 293% acima do registrado em 2014. O faturamento da primeira semana foi de US$ 52,6 milhões, o equivalente a US$ 13,1 milhões/dia, apresentando queda de 52,3% na comparação com o mês passado, haja vista que as exportações do milho também competem com espaço nos portos brasileiros.
E essa expressiva participação do Brasil com a soja no mercado internacional, e que vem crescendo, se dá, principalmente pelo câmbio. O dólar alto, que fechou a semana com mais de 3% e bem próximo dos R$ 3,90, novamente, aumenta a competitividade do produto nacional em detrimento à oleaginosa dos Estados Unidos. 
Bolsa de Chicago
E apesar desses fatores também estarem no radar dos traders que atuam na Bolsa de Chicago, principalmente os efeitos do clima na nova safra do Brasil, a semana no cenário internacional foi a grande aversão ao risco que dominou o mercado financeiro. Os investidores provocaram uma fuga de capitais de ativos mais arriscados – entre eles, as commodities agrícolas – e buscaram os mais seguros, especialmente o dólar, e pesando sobre as cotações. 
Assim, no balanço da semana, os vencimentos mais negociados fecharam com baixas de mais quase 4% e voltando a um intervalo de preços entre US$ 8,70 e US$ 8,80 por bushel. Durante a semana, porém, o contrato julho/16 tentou se consolidar de novo na casa dos US$ 9,00, porém, sem sucesso. 
Entretanto, o mercado da soja na CBOT ainda conta com alguns fundamentos positivos e que podem trazer uma recuperação para as cotações nas próximas sessões, segundo acredita o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. Entre eles, as especulações sobre a safra 2015/16 do Brasil por conta do clima preocupante e as informações vindas da demanda. 
A Administração Geral da Alfândega da China informou, nesta terça-feira (8), que o país importou 7,39 milhões de toneladas de soja em novembro. O volume é, ainda de acordo com as informações da instituição, 23% maior do que no mesmo período do ano anterior e 34% maior do que o importado em outubro. O número fica abaixo apenas do recorde de 9,5 milhões de toneladas registrado em julho. 
Ainda assim, outro recorde pode ser observado com os últimos números. Nos primeiros 11 meses do ano comercial, as compras chinesas da oleaginosa já chegam a 72,6 milhões de toneladas, ou seja, 15,4% a mais do que em relação ao mesmo intervalo da temporada anterior. 
Complementando o quadro, há ainda as incertezas vindas da Argentina. A vitória do candidato Maurício Macri, da oposição, trouxe as expectativas de que as chamadas "retenciones" sobre as exportações de soja caiam e possam incentivar as vendas por parte dos produtores argentinos. Entretanto, também há muita incerteza sobre esse quadro e, consequentemente, muita especulação e incerteza para o mercado.
USDA: EUA devem plantar mais milho e menos soja em 2016
Os Estados Unidos devem aumentar sua área de plantio de milho e reduzir a de soja em 2016. A informação é do boletim que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta sexta-feira, 11 de dezembro, trazendo projeções de longo prazo e expectativas para a próxima década. 
A produção do cereal deve apresentar um aumento de 2%, enquanto a soja, uma redução de 5%. Para isso, se espera que a área de milho cresça de 35,77 milhões deste ano para 36,62 milhões de hectares, e a produtividade foi revisada para cima, projetada em 179,17 sacas por hectare, contra 177,92 de 2015. Enquanto isso, se espera uma queda de 5% na área de soja para 33,8 milhões de hectares, com uma produção de 103,1 milhões de toneladas na próxima temporada. 
O USDA estimou ainda o preço médio do grão em US$ 3,60 por bushel frente a uma projeção do site internacional Farm Futures de US$ 3,88 e da média de 2015 de US$ 3,65. Para a soja, a média esperada é de US$ 8,65 contra os US$ 8,41 esperados pela Farm Futures e os US$ 8,90 deste ano. 
Para Bryce Knorr, analista sênior de grãos do Farm Futures, essas projeções, no entanto, merecem ser acompanhadas de perto na sua evolução, uma vez que os custos de produção ainda precisam ser estudados, principalmente para mo milho. 
"Os atuais níveis baixos de rendimento podem continuar a ser registrados e os produtores continuando a plantar soja pois os custos são menores. O dinheiro será o 'rei' em 2016 e a soja é mais fácil de financiar. Assim, os agricultores usaram boa parte do seu capital e o milho é uma cultura muito cara, explica. 
O retorno do milho projetado pelo USDA é de US$ 262,00 por acre, US$ 10,00 a mais do que a última previsão, refletindo expectativas menores nos custos de insumos em meio a um cenário de disputa entre as empresas de agroquímicos e defensivos. No caso da soja, esse retorno deverá ser de US$ 229,00 por acre, US$ 15,00 a mais do que a projeção do ano passado para a próxima temporada. 
2025
As estimativas vão até 2025 e, para este ano, a safra de soja é esperada para alcançar as 110,63 milhões de toneladas; a de milho 380 milhões e a de trigo, 58,2 milhões. 
Fonte: Notícias Agrícolas

Fonte: Canal do Produtor



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