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SOJA INICIA A SEMANA COM FORTES QUEDAS NA CBOT E PRIMEIROS CONTRATOS PERDEM O SUPORTE DE US$ 8,50/BU

As cotações futuras da soja iniciaram a sessão desta segunda-feira (23) em campo negativo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa exibiam quedas de mais de 11 pontos, por volta das 8h04 (horário de Brasília). Os primeiros vencimentos, janeiro e março/16, perderam o patamar de suporte de US$ 8,50 por bushel e eram cotados a US$ 8,45 por bushel e US$ 8,48 por bushel, respectivamente.
O mercado dá continuidade ao movimento negativo registrado ao longo da semana anterior. Além disso, o foco dos investidores está na América do Sul nesse momento, assim como explicam os analistas. No caso da Argentina, o segundo turno das eleições presidenciais era esperado e, neste domingo (22), a população escolheu o candidato da oposição Maurício Macri. O político foi eleito com 51,5% dos votos.
As informações estavam sendo acompanhadas pelos participantes do mercado, que esperavam uma postura mais favorável do candidato com os agricultores argentinos e estimulasse as exportações. Atualmente, a instabilidade econômica da Argentina faz com que boa parte dos produtores mantenha as suas produções em armazéns.
Paralelamente, as previsões de chuvas no Brasil estão sendo observadas pelos investidores. Apesar das precipitações ainda serem irregulares em boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, inclusive no Mato Grosso já há relatos de necessidade de replantio devido ao clima irregular, o mercado internacional ainda não absorveu as informações.
Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja: Focado nos fundamentos, mercado fecha sessão desta 6ª feira com leves quedas na CBOT
As cotações futuras da soja fecharam a sessão desta sexta-feira (20), com leves quedas, próximas da estabilidade. As principais posições da commodity exibiram quedas entre 2,25 e 2,75 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,57 por bushel. Contudo, a semana foi de ligeiras valorizações aos preços da oleaginosa, com ganhos entre 0,26% e 0,55%.
Recentemente, as cotações da soja têm operado de maneira bastante técnica, com poucas movimentações. "Nos últimos quatro meses temos o mercado recuando a US$ 8,50 por bushel e se recuperando, indo a uma lateralidade. E para avançar os patamares de resistência entre US$ 8,68 e US$ 8,70 por bushel, precisaríamos de informações mais fortes", explica a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Sousa Cordeiro.
Com isso, nos últimos dias, o mercado acabou registrando ligeiras movimentações influenciadas por notícias do mercado financeiro, como a alta do dólar no cenário internacional e anúncios de vendas e das exportações e embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Inclusive, nesta sexta-feira o órgão divulgou a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos.
Do lado oferta, os investidores acompanham a finalização de uma safra recorde nos EUA, acima dos 108 milhões de toneladas e de projeções favoráveis à América do Sul. E, pelo menos, por enquanto, as notícias que chegam aos participantes do mercado é de que o clima no Brasil segue favorável, com chuvas beneficiando boa parte das regiões produtoras.
Porém, esse cenário, não é contemplado pelos produtores rurais brasileiros, uma vez que, no Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas permanecem bastante irregulares. No Mato Grosso, maior estado produtor do grão no país, a semeadura ainda segue atrasada e os produtores já ressaltam a necessidade de replantio em muitas áreas. Em contrapartida, o Sul do Brasil segue com chuvas consistentes, o que já tem chamado a atenção dos agricultores para o aparecimento das doenças, entre elas a ferrugem asiática.
"E os custos de produção estão mais altos nesta temporada. Com o dólar valorizado, existe um descompasso nas contas e justamente em um ano como esse ter um custo extra para replantio é mais complicado. Essa semana tivemos relatos de agricultores que estão procurando sementes, são poucos os locais que não houve casos para replantio, já que as chuvas têm sido falhas", afirma a analista de mercado.
Paralelamente, os investidores seguem atentos às eleições presidenciais na Argentina. A população vai às urnas neste domingo (22), escolher entre Daniel Scioli, candidato da presidente Cristina Kirchner e Maurício Macri, candidato da oposição.
"Ambos os candidatos se comprometeram a cortar os impostos e a burocracia sobre as exportações de culturas, o que implica em aumento de lucros aos produtores rurais", ressalta o site internacional Agrimoney. Os analistas ainda destacam que, caso as medidas sejam confirmadas, a Argentina poderá se tornar competitiva no mercado internacional.
"Os agricultores argentinos têm acumulado significativos estoques [soja] para fins de cobertura de risco de inflação e poderia ser incentivados a vender como ambos os candidatos prometem baixar as tarifas de exportação do grão", informou o Goldman Sachs essa semana.
Mercado interno
Em meio à queda nos preços em Chicago e no dólar, os preços da soja no Porto de Rio Grande recuaram nesta sexta-feira. A saca disponível caiu 1,25%, cotada a R$ 79,00, já a saca para entrega em maio/16 fechou o dia a R$ 75,00, com queda de 1,32%. Em Paranaguá e muitas praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas não houve referência para hoje em decorrência do feriado facultativo do Dia Nacional da Consciência Negra.
No mercado interno, as cotações também cederam durante a semana com o impacto do dólar e da movimentação no mercado internacional. Em Londrina, Ubiratã e Cascavel, ambas praças do Paraná, a queda ficou em 3,68%, com o valor da saca a R$ 65,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), a desvalorização ficou em 2,78%, com a saca a R$ 70,00. Já em Não-me-toque (RS), a perda foi menor, ao redor de 0,68%, com a saca cotada a R$ 72,50.
Por sua vez, a moeda norte-americana recuou 0,86%, negociada a R$ 3,6970 na venda. O dia foi marcado por poucos negócios devido ao feriado no Brasil, que manteve os mercados fechados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Entretanto, os analistas afirmam que esse é o momento de entressafra no Brasil e boa parte da safra 2015/16 já foi comercializada anteriormente. Consequentemente, os produtores brasileiros estão preocupados com a finalização do plantio do grão e da garantia de uma boa produtividade para essa temporada.
Fonte: Notícias Agrícolas

Fonte: Canal do Produtor



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