Na manhã desta segunda-feira (7), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam próximos da estabilidade. Os principais contratos, por volta das 7h20 (horário de Brasília), registravam pequenas baixas de 0,25 a 1,75 ponto, com o maio/16 cotado a US$ 9,12 por bushel, enquanto o primeiro vencimento – janeiro/16 – valia US$ 9,06.
Entretanto, mais cedo, a oleaginosa chegou a trabalhar em campo positivo em uma sexta sessão consecutiva de altas e batendo nas máximas das últimas seis semanas, segundo informou a agência internacional de notícias Reuters. De acordo com os analistas ouvidos, a reação dos preços vem das expectativas de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduza suas estimativas para a safra norte-americana no próximo boletim mensal de oferta e demanda que chega nesta quarta-feira, 9 de dezembro, além de uma demanda, principalmente por da China, que segue forte.
Ainda nesta segunda, chegam os novos números dos embarques semanais de grãos trazidos pelo USDA no início da tarde e as informações podem exercer alguma influência sobre o andamento dos preços neste pregão.
Veja como fechou o mercado na última semana:
Soja: Mercado fecha semana subindo mais de 3% na Bolsa de Chicago e puxa preços no Brasil
Os preços da soja na Bolsa de Chicago, depois de uma semana de intensa volatilidade, fechou em campo positivo e com ganhos de 8 pontos entre os principais vencimentos. O contrato janeiro/16 voltou a superar o patamar dos US$ por bushel e terminou o dia com US$ 9,06. Já o maio/16, referência para a safra brasileira, ficou com US$ 9,14, enquanto o julho/16 fechou a semana cotado a US$ 9,21.
Os patamares mais elevados registrados no quadro internacional foram ainda combustível para uma alta dos preços da soja também praticados no Brasil, portos e interior do país em um balanço semanal, mesmo com uma queda acentuada do dólar.
A moeda norte-americana acumulou uma baixa de 2,21% na semana e fechou a sessão desta sexta-feira com R$ 3,7390 e, na véspera, como informou a Reuters, registrou uma maior queda em um mês. Os principais fatores considerados pelos investidores, como explicou o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, são as expectativas sobre o futuro da taxa de juros nos Estados Unidos e, internamente, a novidade do acolhimento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Dessa forma, os ganhos entre as principais praças de comercialização variaram entre 0,70% e 3,13%, onde o destaque ficou para Cascave/PR, com o último valor de R$ 66,00 e Não-Me-Toque/RS, onde o mercado para a soja disponível fechou a semana com R$ 71,50 por saca. Nos portos, pouca movimentação e poucos indicativos de preços. Em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 81,50 por saca e, para março/16, com R$ 75,30, subindo 1,76%. Já em Rio Grande, a semana terminou sem indicativo para a soja futura, enquanto a disponível terminou com R$ 80,50.
No entanto, como explicou a analista de mercado Natália Orlovicin, da FCStone, os produtores brasileiros estão mais focados agora na evolução das lavouras do que em novas vendas, o que é típico para esse período de final de ano. "Nessa época, quando o produtor começa a plantar, sempre se foca mais no campo. Isso é bem comum", diz.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os ganhos do balanço semanal foram ainda mais expressivos. Os contratos mais negociados subiram mais de 3%, entretanto, ainda de acordo com Natália, o comportamento do mercado segue bastante técnico e a volatilidade continua.
"Temos observado, desde a semana passada, movimentos mais técnicos, já que os fundamentos de oferta e demanda não dão motivos para essa alta mais forte. Os fundos estavam sobrevendidos, então, estão liquidando suas posições e ocasionando essa subida mais forte. Estamos testando várias vezes a alta e o contrato janeiro ultrapassou os US$ 9,00 por bushel de novo", explica a analista.
Ainda assim, Natália afirma que as boas vendas reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) – somente nesta sexta-feira foram duas, sendo uma de 249 mil e a outra de 178 mil toneladas – também contribuem para esse movimento positivo das cotações, bem como a irregularidade climática que traz incerteza sobra a safra do Brasil.
A FCStone estima uma produção nacional de 98,8 milhões de toneladas, número ligeiramente menor do que as estimativas anteriores em função dos problemas climáticos. Com o atual quadro, a consultoria reduziu a área plantada no Mato Grosso, principal estado produtor, além de projetar uma produtividade menor em Goiás, Mato Grosso do Sul e em estados da região do MAPITOBA.
Para a próxima semana, um fator que poderia mudar a direção do mercado seriam os novos números do relatório mensal de oferta e demanda que o USDA traz no dia 9, quarta-feira.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor