Na manhã desta quarta-feira (6), o mercado da soja na Bolsa de Chicago ainda registra alguma ligeira realização de lucros e, por volta de 7h20 (horário de Brasília), perdiam entre 1,25 e 1,75 ponto entre as posições mais negociadas. O contrato maio/16, que é referência para a safra brasleira, voltava a se aproximar dos US$ 9,00 e era cotado a US$ 9,03 por bushel. Enquanto isso, os vencimentos mais distantes – agosto e setembro/16 – vinham negociados a US$ 9,14.
Segundo explicam analistas, o mercado futuro norte-americano se prepara para atuar em um novo cenário com o início da nova safra dos Estados Unidos. As condições de clima e as consequências delas para a disputa por área entre soja e milho no país deverão, portanto, ser os principais direcionadores das cotações nos próximos meses.
Paralelamente, o mercado financeiro internacional exibe alguma aversão ao risco mais acentuada nesta semana que também pesou sobre os preços. Já nesta quarta, porém, é possível observar uma alta de quase 3% nos futuros do petróleo em Nova York, após operarem com dois dias consecutivos de queda.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja fecha em queda na CBOT com fundos realizando lucros, pressão do dólar e nova safra dos EUA
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram, nesta terça-feira (5), a recuar e fecharam o pregão perdendo entre 8,50 e 9 pontos. Assim, o vencimento maio/16 foi a US$ 9,05 por bushel, enquanto o setembro foi a US$ 9,15. Uma união de fatores pesou sobre as cotações no mercado futuro norte-americano.
Entre elas, se destaca o início da nova safra dos Estados Unidos, principalmente, as condições que serão vividas pela temporada 2016/17 e, consequentemente, a disputa por área que deverá ser observada acontecendo entre soja e milho no país.
"Vamos viver um período de competição entre soja e milho", explica Camilo Motter. Segundo o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, os preços deverão refletir essa perspectiva dos traders de que alguma área poderia ser direcionada para a oleaginosa, depois dos recentes ganhos, bem como as atuais condições de tempo frio e úmido comprometendo, ainda muito ligeiramente, o início do plantio do milho.
Paralelamente, ainda nesta terça-feira, os fundos voltaram a vender parte de suas posições, depois que os futuros da soja registraram, no início de semana, seus melhores preços em sete meses e meio na Bolsa de Chicago, não deixando passar a oportunidade da realização de lucros, ainda como explica Motter.
O mercado financeiro como um todo, afinal, esteve mais avesso ao risco de uma forma geral, deixando as commmodities, não só agrícolas, partindo para ativos mais seguros, como o dólar, por exemplo, que voltou a subir nesta terça. A divisa, no Brasil, fechou o dia com alta de 1,86%, valendo R$ 3,6862 e acumulando, em dois dias, uma alta de 3,32%.
Dólar e Mercado Brasileiro
Se de um lado a alta da moeda americana pesa sobre o andamento das cotações em Chicago, no Brasil, o avanço favorece a formação dos preços e acaba estimulando alguns negócios. "Embora o preço em dólares tenha caído, mas o câmbio subiu e os preços domésticos ficaram mais altos, e isso justamente porque temos uma segunda moeda no jogo", diz.
No interior do país, algumas praças de comercialização chegaram a fechar a terça-feira com altas de até 2,4%, como é o caso de Ubiratã, no Paraná, para alcançar os R$ 64,00 por saca.
No porto de Rio Grande, por outro lado, as referências se mantiveram estáveis, com R$ 75,20 no disponível e R$ 76,50 no mercado a futuro, embarque junho/16. No terminal de Paranaguá, tanto o disponível quanto o produto com embarque para maio/16 subiram 1,32% para fecharem com R$ 76,50 por saca.
Ainda no tripé de formação dos preços internos, há uma força ainda que vem via prêmios. Os valores pagos nos portos do Brasil são ainda elevados – chegaram a subir mais de 70% somente em março no terminal de Paranaguá – e são mecanismos que ainda buscam estimular a participação dos produtores em novas vendas nesse momento, já que os mesmos seguem retraídos.
O avanço dos prêmios, portanto, ainda segundo o analista, poderia se dar até que o preço final do produtor brasileiro volte a ser competitivo, afinal, "no momento em que nosso preço fica mais alto, outros concorrentes entram no jogo, como Estados Unidos e Argentina", completa Motter.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor