A Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a sua previsão de produção de soja da Argentina no ciclo 2017/18 para 39,5 milhões de toneladas, de 42 milhões de toneladas previstas até a semana passada. “A expansão da seca para o norte do país, as baixas temperaturas e a diminuição do peso dos grãos no centro e sul da Argentina agravam a situação da soja e do milho”, disse a bolsa, em relatório semanal.
O novo número representa queda de 31% ante a temporada anterior. Ainda conforme a bolsa, a seca em grande parte do centro e sul do país provocou grandes perdas na produção de soja. “Agora o nordeste do país, que transita há vários dias em etapas críticas de definição de rendimento sob condições hídricas adversas, começa a reportar queda nos rendimentos potenciais”, disse.
O cenário continua se agravando na última etapa do ciclo em toda a região agrícola nacional. A bolsa destacou que já foram observadas grandes perdas devido a aborto de vagens, diminuição no número de grãos por planta e problemas de sanidade. “Agora, o baixo peso do grão continua afetando a produção nacional e, como se isso não bastasse, nesta semana temperaturas de quase 0ºC foram registradas em grandes setores do centro e sul da região agrícola, colocando em risco a culminação do enchimento de grãos ou, na melhor das hipóteses, retardando o desenvolvimento normal do ciclo de cultivo.”
A bolsa informou colheita no centro, norte e sul do país, mas não informou porcentual já colhido. Até agora, o maior impacto da seca está sendo observado no centro-leste de Entre Ríos, segundo o relatório.
Quanto ao milho, a falta de chuvas em grande parte da área agrícola nacional continua provocando queda no potencial de rendimento dos lotes tardios e de segunda safra. “Esses passaram pelo período crítico de definição do rendimento sob condições hídricas escassas a regulares.”
Em paralelo, a retirada do milho plantado mais cedo se estende pelo centro da área agrícola nacional, com rendimentos abaixo das médias das últimas temporadas. Segundo a bolsa, a colheita atinge 13,3% da área plantada. A bolsa reduziu a previsão de produção do cereal em 2 milhões de toneladas, para 32 milhões de toneladas. O novo número representa queda de 7 milhões de toneladas ante o ciclo anterior.
Fonte: Estadão Conteúdo