O mercado internacional da soja se ajusta na sessão desta quarta-feira (13) na Bolsa de Chicago após encerrar a anterior com ganhos de dois dígitos. Assim, enquanto o contrato janeiro/16 subia 1,25 ponto a US$ 8,92 por bushel, os demais contratos, entre os principais, perdiam 0,25 a 0,75 ponto, operando na casa dos US$ 8,70 aos US$ 8,80.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe, na tarde desta terça-feira (12), números que surpreenderam o mercado e trouxeram novo fôlego para as cotações. No entanto, a realização de lucros no pregão de hoje, como explicam analistas, seria inevitável.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Após USDA, mercado fecha com altas de dois dígitos na CBOT e R$ 85 nos portos do Brasil
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) surpreendeu o mercado internacional da soja nesta terça-feira (12) e os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão com altas de dois dígitos nas posições mais negociadas. Os contratos recuperaram o fôlego e já voltam a se aproximar dos US$ 8,80 por bushel, principalmente nos vencimentos março e maio/16. Os ganhos variaram entre 11,25 e 13,25 pontos.
O departamento norte-americano trouxe uma redução na safra 2015/16 dos EUA, que ficou abaixo das expectativas do mercado, bem como na produtividade, nas áreas plantada e colhida e nos estoques finais neste reporte de janeiro, criando um ambiente favorável para o avanço das cotações nesta sessão. Ao mesmo tempo, trouxe ainda estimativas menores também para a produção e os estoques mundiais da oleaginosa, complementando o quadro altista para os preços.
Ainda nesta terça, o USDA trouxe ao mercado um outro relatório reportando os estoques trimestrais do país em 1º de dezembro de 2015, e os números, embora bem mais altos do que os registrados na mesma data de 2014, também ficaram dentro do intervalo esperado pelos traders, evitando uma pressão sobre as cotações. Os estoques de soja ficaram em 73,75 milhões de toneladas. A média esperada era de 73,97 milhões.
Para Mike North, presidente da internacional Commodity Risk Management Group, em entrevista ao portal Agriculture.com, os números que trouxeram este "choque" ao mercado foram os dos estoques finais globais, que caíram de 82,58 milhões para 79,28 milhões de toneladas. O especialista cita ainda a redução nas áreas plantada e colhida nos EUA e mais o rendimento da soja como pontos a serem observados neste boletim.
Analistas internacionais já vinham especulando muitos sobre os números, no entanto, não apostavam nestas reduções. Entretanto, a maioria deles já considerava este reporte de janeiro um dos mais importantes da temporada. Para Bryce Knorr, analista sênior de grãos do portal internacional Farm Futures, o ponto mais importante foi a redução da safra norte-americana.
"A baixa na safra de soja dos Estados Unidos foi a maior surpresa do relatório, com uma queda na área e na produtividade dando suporte ao mercado. Além disso, estou de acordo com o ajuste nas exportações, e é preciso ainda acompanhar o esmagamento no país, já que as margens estão se deteriorando e a Argentina pode entrar no mercado derivados mais agressivamente", explica.
Safra do Brasil e Mercado Interno
Se surpreendeu com os números para os Estados Unidos e da safra global, o USDA mostrou que não abandonou seu conservadorismo ao tratar da safra do Brasil, mantendo sua projeção para a temporada 2015/16 em 100 milhões de toneladas mesmo diante das perdas causadas pelas adversidades climáticas em importantes regiões produtoras do país.
Além disso, o departamento ainda elevou os estoques finais brasileiros para 19,31 milhões de toneladas e manteve as exportações projetadas nas 57 milhões de toneladas.
Ainda assim, o USDA trouxe, ainda segundo analistas, uma visão mais realista sobra a produção brasileira do que a própria Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que também atualizou nesta terça-feira seus números, projetando a safra do Brasil em 102,1 milhões de toneladas. Os números, mais uma vez, chamaram a atenção e causaram controvérsias.
O impacto dessas informações sobre a formação dos preços internamente, porém, ainda é limitado. O foco dos negócios no mercado brasieiro parece ainda estar voltado para a entressafra e o pouquíssimo produto disponível da temporada 2014/15, que tem estimulado um avanço das cotações.
No interior de Mato Grosso, onde já há disputa por esse resquício de soja da safra velha e, com o atraso na colheita, o grão da nova temporada demora a chegar, os preços nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis voltaram a fechar o dia com bons ganhos de 2,94% para R$ 70,00 por saca. Em São Gabriel do Oeste, Mato Grosso, alta de 1,43% para R$ 71,00.
Nos portos de exportação, a situação não é diferente. Com um suporte que vem também do dólar, ainda acima dos R$ 4,00, os valores também encerraram o dia em campo positivo e registrando altas de mais de 1%. Em Paranaguá e em Rio Grande a soja disponível fechou a terça-feira subindo 1,80% para R$ 85,00. Enquanto isso, o produto da safra 2015/16, em Paranaguá, entrega maio/16, avançou 2,30 para R$ 80,00.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor