Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a recuar na sessão desta quarta-feira (28). Os principais vencimentos, por volta das 7h50 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 1 pontos depois do encerramento positivo ontem. Assim, o contrato janeiro/16 – o mais negociado no momento – vinha cotado em US$ 8,89 por bushel.
O mercado tem, nesta semana, um comportamento técnico e aguarda novidades para exibir oscilações mais fortes, segundo explicam analistas. Enquanto isso, trabalha com as informações já conhecidas da quase conclusão da safra 2015/16 dos EUA e da retomada dos trabalhos de plantio aqui no Brasil frente à uma melhora das condições climáticas nos últimos dias.
Além disso, as últimas previsões indicam que seguem as chuvas em toda a faixa central do país. "Assim, o plantio da soja segue avançando em todas as regiões produtoras. E deverá permanecer nesse ritmo, uma vez esse padrão meteorológico deverá se manter inalterado até o começo de novembro", explica o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia.
E veja ainda como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Apesar de Chicago, preços nos portos do Brasil recuam e se mantêm estáveis no interior
Com uma sessão de recuperação na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam os negócios desta terça-feira (27) em campo positivo. Assim, os principais vencimentos da oleaginosa encerraram o dia com pequenas altas de pouco mais de 6 pontos, levando as cotações de volta à casa dos US$ 8,90 por bushel.
Em contrapartida, no Brasil, se os preços não recuaram, se mantiveram estáveis, uma vez que, apesar do avanço registrado no mercado internacional, o dólar voltou a recuar e fechou em queda. A moeda norte-americana, que vem trabalhando com forte volatilidade nas últimas semanas, até testou algumas altas, mas perdeu o fôlego e reverteu o sinal. A divisa caiu 0,51% e fechou com R$ 3,8969, depois de bater na mínima de R$ 3,8872 e na máxima de R$ 3,9340 ao longo do dia.
Assim, em Paranaguá, a soja disponível terminou o dia com R$ 83,00 por saca e queda de 1,78%, enquanto em Rio Grande, estabilidade nos R$ 86,50. Já o produto da nova safra, no mercado a futuro, queda de 0,61% para R$ 82,00 por saca no porto paranaense, enquanto no gaúcho foi mantido o valor de R$ 82,50. No terminal de Santos, o último preço desta terça-feira foi de R$ 80,80.
No interior do Brasil, estabilidade em quase todas as principais praças de comercialização. Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, mantém os R$ 75,00; Cascavel, no oeste do Paraná, os R$ 71,00; Tangará da Serra, em Mato Grosso, os R$ 68,00 e São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul, ainda na casa dos R$ 71,00. Já em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, ainda sustenta os R$ 80,00 por saca.
Diante desse cenário, marcado principalmente pela incerteza em relação ao câmbio, os negócios estão parados no Brasil. Apesar de os compradores seguirem bastante presentes, segundo relatam analistas e consultorias, os produtores brasileiros evitam agora efetivar novas vendas, já que já têm comercializado um elevado percentual da temporada 2015/16 e dispensa sua atenção à continuidade do plantio da nova safra.
E essa postura se intensifica na medida em que as condições climáticas em importantes vai melhorando. Nos últimos dias, o Centro-Oeste, região onde a semeadura está mais atrasada, recebeu chuvas melhores e pôde avançar um pouco mais.
Entretanto, como explicou o presidente do Sindicato Rural de Sinop, MT, as precipitações seguem bastante irregulares e ainda muito regionalizadas. No município, o plantio já foi feito em 50% da área, enquanto em áreas como Cláudia e Feliz Natal, o total plantado não chega a 10%. “Em anos anteriores nós já tínhamos finalizado a semeadura da soja. Tivemos chuvas entre 10 mm até 40 mm na noite desta segunda-feira, mas continuamos com a insegurança de colocar ou não a semente no solo”, diz.
Mercado Internacional
O desenvolvimento do clima no Brasil é, nesse momento, um dos fatores mais considerados para a formação das cotações da soja na Bolsa de Chicago. As incertezas, por um lado, dão suporte aos preços, porém, essa melhora registrada na região Central nos últimos dias acabou pesando sobre os preços.
Ao mesmo tempo, os traders dividem ainda suas atenções com a conclusão da safra dos Estados Unidos. Até o último domingo (25), segundo informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), 87% da área norte-americana já havia sido colhida. O índice ficou acima de 2014, quando havia 68% colhido, e superou ainda o total da média dos últimos cinco anos, de 80%.
Dessa forma, como explicou o consultor de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity, a recuperação dos preços observada nesta terça-feira veio com uma correção técnica já esperada, porém, com esse quadro de um clima melhor e frente à essa evolução do plantio na América do Sul, a tendência é de baixa para os preços.
Entretanto, explica ainda que o mercado encontra alguns patamares de "segurança" no quadro internacional na casa dos US$ 8,50 por bushel em função de uma demanda ainda mais forte ou notícias novas, além da ausência das vendas do produtor dos EUA no mercado norte-americano.
Fonte: Notícias Agrícolas
Fonte: Canal do Produtor