O Brasil deve agora buscar o reconhecimento de países importadores ao programa de compartimentação do sistema produtivo avícola, algo que ainda não existe, afirmou, nesta quarta-feira, 14, Ariel Antônio Mendes, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A associação assinou nesta quarta acordo para compartimentação de novas unidades produtoras avícolas brasileiras, de frango de corte e de genética avícola.
Segundo Mendes, os principais alvos são a Europa e Japão, importantes compradores do produto brasileiro. Segundo Mendes, o sistema traz ganhos competitivos ao Brasil frente ao mercado global de carnes com a estruturação e mapeamento da produção de granjas e demais unidades produtivas. “A compartimentação é diferente de regionalização – como no caso da aftosa – como existe a ave migratória, não seria possível a regionalização”, explicou Mendes.
As primeiras normativas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) sobre compartimentação apareceram em 2008. “O Brasil se prontificou a adotar o programa piloto”, disse. Ele ressaltou que foram necessários 10 anos para definir os fatores de risco e para empresas investirem em infraestrutura.
Na compartimentação da unidade da Seara, a empresa investiu inicialmente R$ 5 milhões para o processo que inclui cerca de 280 granjas. “Mas esse não foi o maior investimento, investimos muito mais em inteligência do processo”, afirmou José Antônio Ribas, diretor de Agropecuária da Seara. A unidade da Hy-Line do Brasil em Nova Granada (SP), também recebeu o certificado nesta quarta.
Segundo a ABPA, a unidade da BRF em Lucas do Rio Verde (MT), está em fase de auditoria e dentro de três meses deve receber a certificação.
Fonte: Estadão Conteúdo