Pecuaristas de Mato Grosso estão substituindo o confinamento por uma forma de produção de gado intensiva a pasto. Em algumas fazendas do estado, o uso da técnica baixou o custo em até 40%. O sistema adotado ali é o agrosilvipastoril, que permite trabalhar em uma mesma área com agricultura, pecuária e plantio de árvores para obtenção de madeira.
Na fazenda de Gilberto Rogério Perin, em Araputanga, no oeste mato-grossense, 25% das pastagens são manejadas em sistema intensivo. Nessas áreas, o capim é tratado como cultura e recebe até quatro adubações por ano. O trabalho começou há quatro anos e, durante o período, a produção de carne por hectare triplicou.
“O céu é o limite. Não sei até onde que vai o nosso potencial, mas quero chegar a 40 arrobas brutas por hectare/ano e entre 15 a 20 arrobas líquidas por hectare/ano”, afirma Perin.
O engenheiro agrônomo da propriedade, Gilberto Martins, conta que, após o preparo do solo, são plantadas árvores em consórcio com milho nas entrelinhas. Depois, é feita a retirada do milho que será utilizado para grão ou silagem. O processo se repete por três anos, até as árvores criarem certa resistência ao gado. “No quarto ano, a gente já entra com os animais, que vão poder pastar no capim que foi plantado no ano anterior”, conta Martins.
No período das águas, a capacidade das pastagens chega a quatro animais por hectare, e o ganho médio de peso diário é de 700 gramas. Já o custo para produzir uma arroba é de R$ 73. O valor é até 40% mais baixo do que os custos de produção da arroba no confinamento nesse mesmo período.
Os bezerros são levados para o local logo após a desmama, e permanecem ali até atingirem 340 kg. Os animais são enviados ao confinamento apenas na fase final do ciclo. Os machos são abatidos com 19 arrobas e as fêmeas, com 16.
De acordo com Gilberto Perin, no confinamento o ganho de peso diário pode chegar a até 1,7kg, mas com custo altíssimo. “Então nós estamos tentando produzir isso a pasto e utilizar o confinamento apenas para acabamento, que daria em torno de 60, no máximo até 90 dias”, calcula o pecuarista.
As matrizes que não ficaram prenhas no início da estação também são colocadas no sistema para melhorar a condição corporal. O agrônomo Martins conta que é feito o exame com ultrassom para verificar se há gestação. Se a vaca estiver vazia, passa por recria. “Se ainda permanecer vazia, vai para o confinamento, já as que emprenharam são encaminhadas para as outras fazendas de cria”, explica.
Fonte: Canal Rural
Fonte: Canal do Produtor