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SETOR DE FLORESTAS CULTIVADAS TEM ESPAÇO PARA CRESCER NO ESPÍRITO SANTO

A silvicultura, ou o plantio de florestas, como o eucalipto e a seringueira, é uma atividade econômica de grande rentabilidade para produtores do Espírito Santo. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), estima-se que haja no estado mais de 250 mil hectares de eucalipto plantado (80 mil de produtores independentes) e aproximadamente 16 mil hectares de seringueiras.

Pedro Arlindo Oliveira Galveas, pesquisador do Incaper, explicou que uma das principais características consideradas vantajosas pelos produtores das duas culturas é que ambas não precisam ser irrigadas com frequência.
“Precisam de chuva até os primeiros seis meses, depois pode ficar seis meses sem chover que não morrem, têm uma capacidade muito grande de resistir à seca. Não há prejuízo com a morte mas o desenvolvimento das plantas diminui, demora mais para crescer”, disse.

Ainda de acordo com o Galveas, o eucalipto e a seringueira também não costumam ficar doentes. Assim, os cultivos podem ser atacados por doenças e pragas mas conseguem sobreviver.

De acordo com o Incaper, além das facilidades no cultivo, o retorno financeiro é um outro atrativo. O eucalipto é vendido, em média, por R$100 o hectare/mês. Já a seringueira é comercializada a R$80 o hectare/mês.

Mas ainda assim o cultivo da seringueira é considerado pequeno no Espírito Santo. Segundo o Incaper, 70% da borracha usada no estado é importada. “Um grande desafio do Plano Estratégico da Agricultura Capixaba (Pedeag 3) é atingir a meta do plantio de seringueiras. A meta é plantar 75 mil hectares. Desde o começo do Pedeag 3, há seis anos, conseguimos dobrar de oito para quase 16 mil hectares”, disse Galveas.

Galveas explicou que apesar das florestas de eucalipto existirem em maior escala, ainda não é suficiente para atender a demanda do estado.

“Toda a madeira é usada e ainda é necessário importar 40% para atender o consumo, principalmente da Fibria. Poderíamos ter o dobro de área plantada, mas um dos principais fatores que impedem a produção é a péssima infraestrutura das estradas”, afirmou.

As estratégias para aumentar a competitividade da silvicultura no estado serão abordados em oficina do Pedeag 3, no dia 05 de novembro, em Aracruz. “Nosso maior desafio é melhorar as estradas para o transporte de madeira no estado”, frisou Galveas.

Eucalipto sobrevive com pouca água
O produtor Sebastião Atílio Bianchini possui uma propriedade no distrito de Guaraná, em Aracruz, Norte do Estado, com 86 hectares de eucalipto. Há 24 anos ele deixou a pecuária de corte para investir no setor e, segundo ele, o cultivo da planta é muito vantajoso.

“O eucalipto é muito resistente, por isso não precisa ser irrigado. É uma das poucas plantas que não precisa de água. Para quem não tem condições de irrigar, o eucalipto é a melhor opção. Outro fator importante é a garantia de lucro. Eu planto hoje e daqui cinco anos eu vou vender mais caro. O preço sempre aumenta. É um produto que sempre valoriza. E, com isso, sobra tempo para saúde, para família. Me proporciona mais qualidade de vida”, contou.

Sobre as desvantagens do cultivo da planta, o produtor destacou o tempo de espera para a venda do produto. “É preciso esperar, no mínimo, cinco anos para o eucalipto atingir o tamanho ideal para ser cortado e vendido. Outra desvantagem é que, para viver só do cultivo, o produtor deve ter pelo menos 50 hectares”, aponta.

Fonte: G1 ES

Fonte: Canal do Produtor



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