Além dos feriados ocorridos nesta semana no Brasil e nos Estados Unidos, os olhares do setor estão voltados para a Argentina, onde ocorre, no fim deste mês e início do próximo, o G20, encontro dos chefes de Estados das principais economias do mundo.
Além de um dos temas do encontro ser a segurança alimentar, haverá a esperada reunião entre Xi Jinping, da China, e Donald Trump, dos Estados Unidos.
Os dois países vivem uma verdadeira guerra comercial, com imposições mútuas de taxas sobre produtos importados.
Essa guerra colocou as commodities, principalmente a soja, no meio do furação. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais e a China a principal importadora.
Os produtores dos EUA estão sentindo na pele a ação intempestiva de Trump. Não acreditavam que a reação da China seria tão enérgica na redução das importações.
O resultado é que os EUA terão, no final desta safra, o maior estoque da oleaginosa até então registrado pelo país. O governo entrou com um subsídio bilionário —US$ 12 bilhões— para salvar os produtores americanos.
O resultado desse imbróglio é que o mercado de commodities está à espera de uma solução dessa guerra comercial pelos dois países.
Em Chicago, a soja se mantém em US$ 8,83 por bushel (R$ 33,6). Já no Brasil, a queda do dólar americano e a dos prêmios pagos para o produto brasileiro fizeram com que a saca de soja disponível —da safra já colhida— recuasse para R$ 78 em Cascavel (PR). Há um mês estava a R$ 83,5.
Os dados são da AgRural, que indica preços de R$ 65 para Sorriso (MT), abaixo dos R$ 68 de há um mês.
Um acordo entre EUA e China deverá contemplar toda a economia. Se as pendências estivessem restritas apenas a commodities, seguramente os chineses postergariam um eventual acordo.
Afinal, continuariam comprando soja barata na América do Sul, que voltará a ter uma safra “cheia”, enquanto o excesso de produto nos Estados Unidos mantém os preços internacionais baixos.
Fonte: União dos Produtores de Bioenergia