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SENAR-PR possibilita troca de experiências entre produtores

A busca por mais sustentabilidade e novas técnicas na
produção de morangos está mobilizando grupos de produtores de diferentes
regiões do Paraná. O objetivo é explorar o potencial produtivo destas
localidades, tais como o Norte Pioneiro e a Região Metropolitana de Curitiba
(RMC), onde a fruta possui valor significativo. Neste processo, o SENAR-PR atua
de forma presente e ativa, estabelecendo parcerias e levando capacitações aos
produtores de morangos destas regiões.

Com essa proposta, um grupo de produtores do Norte Pioneiro
esteve no município de Mandirituba, na RMC, no dia 19 de agosto, para conhecer
propriedades que já possuem modelos de produção pautados pelas Boas Práticas
Agrícolas (BPA) e que têm interesse em obter certificação em Produção Integrada
de Morango (PIMo).

O produtor Silvio Galvan, que participou do curso “Boas
Práticas Agrícolas” em Mandirituba, foi um dos anfitriões. Para ele, a parceria
com o SENAR-PR é fundamental para essa mudança de pensamento dos produtores do
município. “Comecei na produção de morangos há um ano, mas ainda não era adepto
das boas práticas. Não percebia esse diferencial no dia a dia até fazer o
curso. O produtor de morangos precisa se manter no mercado e, para isso, é
necessário um produto diferenciado, desde o início da produção até a
comercialização, para que chegue ao mercado com valor agregado”, explicou.

Atualmente, Galvan possui estufas com 20 mil pés de morangos
– a meta é 100 mil pés em três anos. “Hoje eu tenho mais controle em tudo,
desde adubação, pragas e doenças, até o planejamento de custos dentro da
propriedade”, destacou. Ainda, o produtor pretende conquistar a certificação em
PIMo. “Com isso, o produto terá mais rastreabilidade e existe confiança sobre o
que se está consumindo”, completou.

De acordo com a engenheira agrônoma do SENAR-PR Vanessa
Reinhart, além da capacitação, os produtores de Mandiritituba receberam
acompanhamento técnico e passaram por avaliações para verificação das
adequações e requisitos necessários em relação ao cumprimento das Boas Práticas
Agrícolas. “A intenção, agora, é realizar esse trabalho com os produtores da
região de Pinhalão”, afirmou.

Seguindo o exemplo

Um dos participantes da visita foi o produtor Wesley Luiz de
Paula, que possui cerca de 12 mil pés de morangos nos municípios de Pinhalão e
Japira, no Norte Pioneiro. Wesley participou da oficina de Manejo Integrado de
Pragas (MIP) no morango, realizada no início deste ano, e pretende iniciar na
produção integrada, como foco na certificação.

A partir do curso, uma das principais mudanças na produção
de Wesley foi a racionalização do uso de agroquímicos, que está há 12 anos
envolvido com a produção de morangos. Atualmente, ele diminuiu o uso de
produtos em até sete vezes. “Foi um dos melhores cursos que já fiz. Mudei muito
a minha opinião. O custo benefício é muito bom”, elogiou.

O próximo objetivo de Wesley é construir uma estufa e
instituir as boas práticas. “Quero melhorar a produção. Não estou tão
interessado em preço, mas o benefício de menos uso de agrotóxicos e menor gasto
com isso”, relatou.

Marcelo Siqueira, que tem contato com produção de morangos
desde criança, também esteve na visita. Na estufa semi-hidropônica, com cerca
de 10 mil pés no município de Jaboti, ele reduziu o uso de defensivos agrícolas
em 80%. Ainda, para o produtor, a troca de experiências entre os participantes
serve de estímulo para sair da zona de conforto. “Nós temos o mesmo objetivo,
que é melhorar a produção. Então quando o produtor vem para um lugar diferente,
ele percebe que consegue produzir mais e com mais sustentabilidade”, revelou.

Além disso, para Siqueira, uma das vantagens de uma produção
baseada em boas práticas agrícolas é o maior valor agregado ao morango. Tanto
que o próximo passo é completar a mudança do conceito de produção, com boas
práticas e foco na certificação em PIMo. “Eu já estou nesse processo e quero
que outros produtores venham junto”, afirmou.

Segundo a professora da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e coordenadora do grupo técnico PIMo-PR, Maria Aparecida Zawadneak,
mostrar bons resultados na prática é uma forma de conscientizar os produtores
de morango sobre a importância de implantarem novos modelos de
sustentabilidade. “O morango evoluiu muito nos últimos anos. O produtor que não
procurar avançar e trazer novas tendências para sua propriedade, estará fora do
mercado”, observou.

Promoção

A visita do grupo de produtores do Norte Pioneiro às propriedades em Mandirituba foi organizada pelo Sebrae-PR em parceria com o SENAR-PR e a Emater. Segundo o consultor do Sebrae-PR Alcione Marques Fernandes, o objetivo é capacitar os produtores para conseguir o registro de Indicação Geográfica (IG) do morango da região de Pinhalão.

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Fonte: Sistema FAEP



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