Uma série de eventos realizada em agosto levou informação qualificada sobre produção sustentável a agricultores e técnicos de sete polos produtivos do Paraná (Pato Branco, Cascavel, Campo Mourão, Cianorte, Londrina, Tibagi e Cornélio Procópio). Promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Embrapa Soja, o Seminário de Produção de Grãos Sustentáveis contou com mais de 780 participantes, que tiveram contato com conceitos e resultados de pesquisas em Manejo Integrado de Pragas (MIP), Manejo Integrado de Doenças (MID) e conservação do solo.
“Ao longo desses seminários, levamos instrução ao produtor, apresentando alternativas para ser mais sustentável em sua produção, tanto com o MIP, o MID e inoculantes”
Diretora-técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR, Débora Grimm.
“No ano passado, focamos em solo. Este ano, agregamos informações, trazendo o conjunto de boas práticas para qualificar o produtor. Com isso, tivemos seminários completos, com uma gama maior de informações e com o conhecimento sendo compartilhado de forma assertiva”, observou Bruno Vizioli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Ao longo das palestras, os produtores rurais e técnicos agrícolas tiveram acesso a resultados de pesquisas do MIP, conjunto de técnicas que contempla o acompanhamento por período da lavoura, com o controle natural das pragas. Entre os 1.639 produtores que adotaram a técnica na safra 2021/22, houve redução de 53% no índice de pulverização de inseticidas nas plantações. A média entre produtores que adotaram o MIP foi de 1,7 aplicação, enquanto quem não adotou as boas práticas chegou a fazer, na média, 3,6 aplicações de inseticidas.
Na safra 2022/23, os resultados foram ainda mais expressivos. O número de aplicações de inseticidas caiu de três para uma, durante todo o ciclo da lavoura. Em média, os produtores que adotaram o MIP entraram com inseticidas nas plantações 25 dias depois dos agricultores que não utilizaram a técnica. Outro aspecto relevante aponta que 40% das lavouras não aplicaram o produto nas culturas.
Outros temas
A programação do seminário também contemplou as técnicas do MID – que têm como base o monitoramento para controlar doenças causadas por fungos. Na ocasião, técnicos do IDR-Paraná apresentaram resultados satisfatórios. Nas últimas sete safras, o número médio de aplicação de fungicidas foi de 1,6 entre produtores que adotaram o conjunto de boas práticas do MID e de 2,6 entre os que conduziram a lavoura de forma convencional. Entre os agricultores que utilizaram as boas práticas, a rentabilidade teve um aumento médio de 1,5 saca por hectare, graças à redução dos custos de produção.
Os seminários também tiveram ênfase em conceitos como fixação biológica de nitrogênio, que dispensam adubação nitrogenada, e a rotação de culturas, com plantas de coberturas, que ajudam a recuperar potenciais do solo. Também foram abordados temas como coinoculação em soja, sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e a recuperação de pastagens degradadas. Além disso, foram apresentados resultados preliminares da qualidade e conservação do solo, obtidos nos estudos da Rede Paranaense de AgroPesquisa.
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Fonte: Sistema FAEP