drone_portal

Seminários discutem manejo e controle do capim-camalote

Entre os dias
10 e 17 de fevereiro, o Sistema FAEP/SENAR- -PR realizou cinco seminários no
interior do Paraná voltados ao manejo e controle do capim-camalote (Rottboellia cochinchinensis), planta
daninha considerada agressiva à cultura da cana-de açúcar. Os seminários
“Aspectos do manejo e biologia do capim-camalote” foram realizados junto a
colaboradores de oito usinas sucroalcooleiras, localizadas principalmente nas
regiões Norte e Noroeste do Estado. O responsável por ministrar os conteúdos
foi o engenheiro agrônomo PhD e professor da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Pedro Christoffoleti.

De origem
exótica, o capim-camalote foi introduzido no Brasil há cerca de 20 anos, em
Mococa, no Estado de São Paulo, por meio de sementes de arroz vindas da
Colômbia. Apesar de estar presente no país há tanto tempo, nos últimos anos sua
presença começou a ser sentida de maneira mais intensa pelos profissionais de
campo. “Uma vez estabelecida, ela se multiplica e infesta toda área. Aí é
necessário utilizar medidas químicas, pois medidas manuais e biológicas não têm
efetividade”, aponta Christoffoleti.

O que torna o
capim-camalote tão nocivo é sua alta capacidade de multiplicação. “Uma única
planta pode produzir 9 mil sementes, então se expande muito rapidamente”,
avalia o professor. Além disso, a baixa disponibilidade de ferramentas de
controle torna seu manejo ainda mais desafiador. Hoje existe apenas um
herbicida registrado disponível.

Impacto na produtividade

A presença do
capim-camalote tem consequências diretas na produtividade do talhão e,
consequentemente, no bolso das empresas. “O custo médio de controle na
cana-de-açúcar é de R$ 350 por hectare. Com o capim-camalote, esse custo
dobra”, calcula Christoffoleti. Além disso, se a infestação for severa, a
produtividade pode ser reduzida em até 100%, inviabilizando a cultura.

Segundo a
técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Jéssica
D’angelo, que acompanha a cultura da cana-de açúcar, em 2019 foi feito um
diagnóstico junto às usinas, para elencar alguns assuntos urgentes, como o
bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus
levis
), praga dos canaviais que motivou outra série de seminários por parte
da entidade em agosto do ano passado, e o capim-camalote. “O SENAR-PR está
trabalhando intensamente para capacitar os agentes de campo das usinas para que
possam combater de forma efetiva pragas, plantas daninhas e outros problemas
que venham a surgir nos canaviais”, aponta.

Tanto no caso
do bicudo da cana, quanto do capim- -camalote, o SENAR-PR elaborou cartilhas
para orientar os participantes durante os seminários. Ao todo, os cinco
seminários voltados ao controle do capim-camalote reuniram 111 pessoas, com
perfis heterogêneos. “Alguns são engenheiros agrônomos, outros técnicos com
formação na área agrícola, responsáveis pelos tratos culturais nas usinas,
supervisores, coordenadores de aplicação de herbicidas”, avalia Jéssica.

Para o
encarregado de tratos culturais da unidade de Iguatemi, da Usina Santa
Terezinha, João Lucas, os conhecimentos trazidos pelo SENAR-PR foram bastante
oportunos. “Temos um embasamento para trabalhar com gramíneas, mas com o
capim-camalote é diferente, pois dissemina muito rapidamente. Como é uma planta
de difícil controle, precisávamos de um especialista na área, caso do professor
Christoffoleti”, afirma.

Segundo Lucas,
a presença do capim-camalote nos canaviais da usina se intensificou nos últimos
três anos. “Aqui já tem cerca de 800 hectares com a presença da planta”,
afirma.

Conscientização e controle

De acordo com
o professor Christoffoleti, dentre as principais medidas para prevenir a
presença do capim-camalote estão a produção de mudas (de cana-de-açúcar)
isentas das plantas daninhas e a limpeza das máquinas e implementos utilizados
nas áreas infestadas. “O terceiro ponto é a identificação e erradicação das plantas
por pessoas que circulam no ambiente. No transporte da cana para a usina,
muitas sementes [do capim-camalote] vão cair e brotar. Para dar certo, todo
este sistema produtivo deve estar atento”, pondera.

Também o
presidente do Sindicato Rural de Mandaguaçu e vice-presidente da FAEP,
Francisco Nascimento, destaca a necessidade de uma maior consciência para o
enfrentamento conjunto desta planta daninha. “As usinas estão fazendo o
controle, mas fazendas vizinhas não. Isso compromete toda região”, aponta.

Na opinião do
dirigente, os seminários promovidos pelo Sistema FAEP/SENAR-PR são extremamente
necessários. “Por meio da qualificação e dos treinamentos podemos ter
perspectiva de resultados positivos”, observa Nascimento.

Mutirão do conhecimento

Os seminários
“Aspectos do manejo e biologia do capim-camalote” foram realizados em cinco
cidades de modo a atender aos funcionários das oito usinas da região.

– Jandaia do
Sul (Usina Cooperval e Usina Nova Produtiva);


Florestópolis (Usina Alto Alegre)

– Iguatemi
(Usina Santa Terezinha)

– Jussara
(Cia Melhoramentos Norte do Paraná)

– Jacarezinho
(Usina Jacarezinho, Dacalda e Usiban)

A notícia Seminários discutem manejo e controle do capim-camalote apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.