A nova safra mato-grossense de soja, o ciclo 2015/16 aos poucos vai virando realidade e ganhando espaço nos campos. Mesmo que em ritmo abaixo do que foi registrado no ano passado, os sojicultores acompanham o clima e evitam riscos, já que as chuvas ainda não chegaram mesmo com a mudança da estação. Desde o fim do Vazio Sanitário no dia 15 até o último dia 24, 0,55% da área estimada em 9,20 milhões de hectares foi coberta, e boa parte do que foi semeado se restringiu nesse primeiro momento a parcelas com pivô, ou seja, hectares com sistema de irrigação. Os trabalhos estão sendo registrados em todas as regiões produtoras do Estado.
Mesmo que com cautela e sob atrasos, já que o Estado sempre abre o calendário nacional as soja e nessa ano passou a vez ao Paraná, está aberta a temporada 2015/16 que começa com o peso de ser a maior da história, tanto em área como em produção, além de custos e preços recordes.
Ontem, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou o primeiro acompanhamento de semeadura da nova safra estadual, na comparação entre os períodos há um atraso de 1,17 pontos percentuais (p.p.). Até 24 de setembro de 2014 os sojicultores haviam semeado 1,72% da área contra 0,55% neste ano. Ainda em referência a 2014, a primeira sondagem foi apresentada no dia 19, ou seja, quase dez dias antes da atual.
Conforme o Boletim da Soja, também divulgando ontem e condensa as informações do acompanhamento da semeadura, até o dia 24 haviam sido cultivados 50,6 mil hectares.
- Observamos que grande parte da área semeada é de produtores que utilizam pivôs, isso porque, desde o fim do Vazio Sanitário até o momento, não foi registrado nenhum volume pluviométrico considerável para semear as áreas sem irrigação. Já é observado um atraso na comparação com o ano passado, quando a semeadura começou uma semana antes e vinha avançando bem – destaca trecho do Boletim.
Ainda como destacam os analistas do Imea, apesar do baixo volume de chuvas apontado até o momento, as previsões indicam que esta semana registrará condições favoráveis para a semeadura, abrindo uma possível “janela” para o avanço dos trabalhos.
Clima
Chuvas acima da média nos estados do Sul e partes do Sudeste e Centro-Oeste e agravamento da seca no Norte e Nordeste. Esse é o prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para a primavera, que começou no último dia 23 influenciada pelo El Niño. O El Niño deste ano ainda não pode ser considerado severo, segundo a meteorologista Danielle Barros Ferreira. Ela ressalta que é preciso aguardar a evolução da anomalia positiva da temperatura das águas do Oceano Pacífico nos próximos dois meses.
- Atualmente, este El Niño está classificado como moderado, porém as projeções até novembro indicam uma probabilidade de atingir o máximo no verão, enfraquecendo gradualmente até meados do outono de 2016 – explica a meteorologista.
Fonte: Diário de Cuiabá