O plantio da safra 2015/16 segue em ritmo lento em parte do Centro-Oeste, especialmente nos estados de Mato Grosso e Goiás, aponta levantamento da consultoria AgRural. O ritmo lento já coloca produtores em estado de alerta em relação às janelas de plantio para a própria soja e também para quem pretende fazer segunda safra de milho ou algodão, pois a área a ser semeada é a mesma e uma depende da colheita da outra para ser cultivada. Até a semana passada, apenas 14% da área estimada para Mato Grosso estava coberta, contra 35% na média dos últimos cinco anos para o mesmo período.
Como explica a analista Daniele Siqueira, o índice de 14% representa bom avanço semanal, mas há atraso em relação aos 35% da média de cinco anos. “Apesar de algumas pancadas de chuva, o calor excessivo tira a umidade do solo rapidamente. Em Nova Mutum, o plantio está travado e a preocupação com a germinação é grande. Em Campo Verde, as plantadeiras também pararam e alguns produtores já falam em perdas de stand das plantas (uniformidade). Em Campo Novo do Parecis, os talhões mais afetados pela falta de umidade podem precisar de replantio”. Na comparação anual com o mesmo período do ano passado, o ritmo do plantio em Mato Grosso se apresenta superior, 14% contra 11%, porque há um ano a forte estiagem durante praticamente todo o mês de outubro interrompeu a semeadura no Estado. Em 2015, algumas chuvas pontuais e irregulares permitem movimentações em determinadas regiões, ao contrário do que se via há um ano.
Ainda utilizando como referência a média dos último cinco anos, no dia 24 de outubro, por exemplo, a área cultivada passava de 62% no Estado. Hoje, tanto a AgRural quanto o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgam novos números sobre o andamento do plantio da safra 2015/16 de soja no Estado.
SAFRINHA MT – O plantio da safra passada começou acelerado porque havia chovido em setembro. Logo em seguida, porém, os trabalhos ficaram travados pelo tempo seco em outubro e só foram retomados no final do mês, saltando de 19% para 62% em duas semanas. “Agora em 2015, ainda não ocorreram chuvas generalizadas. O plantio vem sendo feito com ritmo um pouco melhor que o do ano passado, mas a previsão de retorno das chuvas somente no final do mês preocupa quem já plantou, pois a falta de umidade e o calor devem impactar a germinação. Mas a maior preocupação é com o atraso no plantio da safrinha, especialmente a do algodão, que tem janela mais curta”, reporta a analista da AgRural.
De acordo com os produtores ouvidos pela Consultoria, a soja superprecoce que será plantada no final de outubro, caso as chuvas retornem, será colhida apenas na virada de janeiro para fevereiro. Isso deixa apenas duas semanas de janela para a semeadura do algodão, cujo período ideal vai até 10 de fevereiro. Para o milho safrinha, a janela ideal, que é o melhor momento para o pleno desenvolvimento da cultura, o período vai até 25 de fevereiro.
BRASIL – Até esta sexta-feira (16), 13% da área brasileira estava semeada, à frente dos 10% do ano passado, mas atrás dos 18% da média de cinco anos. O Paraná puxa o plantio no Brasil e já tem 42% de sua área de soja semeada.
Em Goiás, que havia plantada 4% de sua área de soja até a semana passada, ante 17% na média de cinco anos, produtores de Jataí aproveitaram as chuvas para plantar no início da semana, mas já paralisaram os trabalhos. Na região de Rio Verde, a falta de chuva na previsão preocupa quem já está com semente no solo. Em Mato Grosso do Sul, o atraso é menor e o índice está em 23%.
Fonte: Diário de Cuiabá
Fonte: Canal do Produtor