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SEM ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO

Produtores de café conilon do Espírito Santo, principal produtor do país, estão sofrendo com a estiagem dos últimos meses. A situação de alguns cafeicultores é de desespero.

No Espírito Santo, a falta de água para irrigação traz dificuldades para os produtores de café conilon. O estado é o maior produtor nacional de um tipo café, que rende uma bebida encorpada e rica em cafeína: o café conilon. O problema é que de uns meses para cá, os agricultores capixabas estão sofrendo com a falta de água para irrigar os cafezais.

A região de São Gabriel da Palha, no noroeste do Espírito Santo, é terra de sol forte, muito calor e milhares de pequenos sitiantes, que trabalham principalmente com café conilon irrigado.

O problema é que choveu pouco nos últimos dois anos. Com isso, as reservas de água da região foram secando e muitas famílias tiveram que reduzir ou até parar a irrigação dos cafezais.

Ângela Risse e Adeir Boecker cultivam 21 hectares de café e estão assustados. Eles contam que, em 2015, as chuvas não passaram 430 milímetros. Um terço do que costuma chover na região.

- Eu nunca presenciei uma seca dessa grandiosidade. Nunca, primeira vez.  Esta está realmente sendo uma seca estarrecedora – fala Ângela.

O sistema de irrigação do sítio se baseia em represas que armazenam água durante os meses de chuva. O casal tem cinco reservatórios. Dois tem pouca água e três estão totalmente secos.

Com irrigação normal, Ângela e Adeir costumam colher, em média, 55 sacas de café por hectare. Nesse ano, a previsão é que produtividade não passe de 25.

Outro problema foi o calor excessivo dos últimos seis últimos meses, que provocou o secamento e a queda de folhas e derrubou ainda mais a produção.

Situações como da Ângela e do Adeir se repetem em toda a região. Segundo a Cooabriel, que é a principal cooperativa de cafeicultores do Espírito Santo, a falta de água para irrigação deve provocar uma queda na produção de 35%, em relação ao que seria uma safra normal.

O aumento dos custos de produção tem sido outra dor de cabeça. Humberto Damasceno tem nove hectares de café, que mantém com ajuda da esposa, Neurizete e dois filhos. A família calcula que de um ano para cá, os gastos subiram quase 40%.

- A energia subiu muito, está caro, os adubos que a gente está usando por causa do preço do dólar, aí tudo foi aumentando – diz Humberto.

Fonte: G1 – Globo Rural



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