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SEGURANÇA ALIMENTAR

No data em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que o Brasil incentive o cuidado com a alimentação e mantenha programas governamentais de acesso a alimentos para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.

O relatório da FAO Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe 2017 indica que o Brasil será capaz de acabar com a fome, que hoje atinge cerca de 3% da população, até 2030. No entanto, para garantir a segurança alimentar e nutricional, os brasileiros precisam consumir os nutrientes corretos e até mesmo praticar exercícios físicos.

No Brasil, a alimentação é um direito garantido pela Constituição Federal e, mundialmente, o tema é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que tem como meta acabar com a fome no mundo até 2030.

- O Brasil está muito bem em termos gerais. Em 2014 saiu do Mapa da Fome, com índice de insegurança alimentar abaixo de 5%. Isso revela uma situação que não é estrutural. São grupos, que precisam de políticas focais. O Brasil não tem mais o problema estrutural da fome como outros países da América Latina – diz o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

Investimento

O relatório da FAO indica que o Brasil só vai alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de número 2: Fome Zero até 2030, se houver continuidade nos investimentos em políticas públicas voltadas às populações mais vulneráveis.

- É importante manter o nível de investimento social que se tinha. A crise, com certeza, é uma ameaça para esses programas. Não é fácil alocar recursos nesse momento, mas vamos torcer para que a economia consiga se recuperar e que haja recursos e investimento efetivo no desenvolvimento rural sustentável, que é a chave [para a segurança alimentar] – diz Bojanic.

Diversos programas governamentais têm impacto na segurança alimentar dos brasileiros e eles estão distribuídos em várias pastas, como Educação e Saúde com merenda escolar e campanhas de alimentação saudável e combate à obesidade; Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com programas de crédito e financiamento para agricultores familiares; Desenvolvimento Social com Bolsa Família e outros programas.

A secretária-adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social, Lilian Rahal, ressalta que ainda não é possível ter um orçamento fechado do ano para políticas voltadas à alimentação porque os números ainda podem crescer com suplementações.

- A situação do orçamento é pública, todo mundo sabe, temos uma redução sim, mas temos trabalhado para manter nossos programas operando, principalmente, para as populações que de fato precisam dessas políticas – diz.

Segundo ela, apesar da redução em programas como o de aquisição de alimentos, por meio do qual o governo adquire alimentos de agricultores familiares para populações mais vulneráveis, que passou de R$ 500 milhões no ano passado para R$ 320 milhões este ano; outros programas, como o de cisternas, aumentaram o orçamento, passando de R$ 125 milhões para R$ 250 milhões. Os valores são previsões que ainda podem aumentar.

Desafios

O Brasil é um país que lida com dois extremos, são 7,2 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. Por outro lado, 60% dos brasileiros estão com sobrepeso e 20%, obesos. Além disso, um terço das crianças está acima do peso

- A partir do momento que o Brasil sai do Mapa da Fome e a fome deixa de ser estrutural, começamos a nos preocupar com outras dimensões da má nutrição, que não a desnutrição, que passa a ser localizada. A nossa preocupação é dar conta do que ainda temos de desnutrição e dar conta de outras formas da má nutrição, como a deficiência de nutrientes, sobrepeso e obesidade – diz a secretária-adjunta.

Fonte: Agência Brasil



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